Lipossomas sítio-específicos contendo β-lapachona como estratégia para a terapia do câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: FRANCA, Larissa Chaves Costa
Orientador(a): MAGALHÃES, Nereide Stela Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Aplicada a Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25255
Resumo: Novas e eficazes estratégias para o tratamento do câncer são um grande desafio atualmente. Entre as moléculas anticancerígenas disponíveis no mercado, a β-lapachona (β-lap) tem atraído a atenção por sua potente atividade antitumoral. A encapsulação da β-lap em lipossomas sítio-específicos é uma alternativa na melhoria da eficácia terapêutica, direcionando às células cancerígenas, promovendo assim uma redução dos efeitos adversos. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi encapsular a β-lap em lipossomas sítio-específicos utilizando a Concanavalina A (ConA) como molécula de vetorização às células do câncer. Os lipossomas com concentração lipídica total de 60 mM foram preparados pelo método de hidratação do filme lipídico seguido de sonicação. Utilizando o mesmo método, lipossomas contendo β-lap (0,5 mg/mL) foram produzidos. Diâmetro médio das vesículas, potencial zeta, conjugação da ConA e a eficiência de encapsulação (EE%) da β-lap nos lipossomas foram avaliados. Calorimetria de titulação isotérmica (ITC) foi usada para medir a energia de ligação entre as biomoléculas que compõem o lipossoma. A atividade da ConA foi avaliada antes e depois da conjugação na superfície dos lipossomas pelo ensaio de hemaglutinação. Finalmente, a captura dos lipossomas contendo ConA pelas células de câncer de mama (MCF-7) foi realizada por microscopia de fluorescência. Os lipossomas não revestidos e revestidos com ConA apresentaram tamanho e potencial zeta variando de 97,46 ± 2,01 nm a 152,23 ± 2,73 nm e de -6,83 ± 0,28 mV a -17,23 ± 0,64 mV, respectivamente. A conjugação da ConA e a EE% da β-lap foram aproximadamente 100%. A conjugação da ConA às biomoléculas foi avaliada por parâmetros termodinâmicos (ΔH, ΔS e ΔG) demostrando processos favoráveis e espontâneos. O ensaio de hemaglutinação confirmou que a ConA permaneceu ativa nos lipossomas, uma vez que o Lipo-ConA e o Lipo-PEG-ConA foram capazes de hemaglutinar as hemácias em 128⁻¹ e 256⁻¹, respectivamente, fato não observado com os lipossomas sem ConA. Finalmente, imagens obtidas a partir da microscopia de fluorescência indicaram uma maior captura dos lipossomas revestidos com ConA pelas células MCF-7 após 15 minutos e 24 horas de incubação. Portanto, a captura dos lipossomas pelas células MCF-7 foi influenciada pela presença da ConA na superfície dos mesmo, sugerindo a sua aplicação como um promissor sistema sítio-específico para direcionar a β-lap às células cancerígenas.