Evolução das capturas, idade, crescimento e recrutamento de espécies de Lutjanidae do nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: REZENDE, Sergio Magalhães
Orientador(a): FERREIRA, Beatrice Padovani
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8019
Resumo: A família Lutjanidae se distribui amplamente em mares tropicais e subtropicais ocorrendo em ambientes recifais. Esta família é constituída por cento e três espécies, distribuídas em quatro subfamílias (Apsilinae, Etelininae, Lutjaninae e Paradicichtinae). As subfamílias Lutjaninae e Etelininae são representadas por quatro gêneros (Etelis, Lutjanus, Ocyurus e Rhomboplites) sendo que onze espécies, representantes destes gêneros, ocorrem em águas Brasileiras. A costa oeste do Atlântico Sul é reconhecida por apresentar espécies de peixes endêmicas, incluindo uma espécie de Lutjanidae, apresentando certo nível de relacionamento com a ictiofauna da costa oeste do Atlântico Norte em termos de espécies compartilhadas e irmãs. Espécies da família Lutjanidae passam a maior parte da vida reprodutiva sendo exploradas pela pesca, nos diversos mares onde ocorrem. Sobre a plataforma continental Brasileira, entre as costas norte e central, onze espécies de Lutjanidae têm importância histórica nas capturas da pescaria artesanal de peixes demersais. Para a região estudada, ao longo de quatro décadas, a evolução das capturas da pesca de linha, sobre espécies de Lutjanidae promoveu modificações na estrutura de tamanhos do estoque da população de Lutjanus purpureus nas costas norte e nordeste. E, com o declínio das capturas dessa espécie o elenco de espécies alvo das capturas se ampliou para outros representantes dos gêneros Lutjanus, Ocyurus, Rhomboplites e Etelis, devido à fragmentação da frota e capturas entre as colônias de pescadores existentes ao longo da costa. Atualmente cinco espécies mais importantes nas capturas estão no limite de máxima explotação e duas novas categorias passaram a ser alvo das capturas da pesca de linha. Existe, entre os pescadores, a opinião de que os estoques de lutjanídeos não se recompõem devido aos altos níveis de esforço de pesca e a prática de pesca predatória, como a pesca de arrasto e com ar comprimido e arpão. As espécies de Lutjanus, Ocyurus, Rhomboplites e Etelis que ocorrem em águas Brasileiras vivem entre 20 e 30 anos, crescem rapidamente nos três primeiros anos, estabilizando com baixa taxa de crescimento sobre a maior parte das classes etárias (K<0,3). Os Lutjanidae apresentam padrão de distribuição por profundidade em relação à idade, com a pesca atuando sobre as coortes jovens e velhas, através de diferentes categorias de frotas pesqueiras e artes de pesca. Algumas das espécies estudadas demonstraram a necessidade de permanecer em habitats diferentes, durante a transição pelágica para bentônico, migrando para recifes mais profundos à medida que crescem e envelhecem. Manter a conexão entre as fases larval, juvenil e adulta é crucial para essas populações. Como os Lutjanidae necessitam de conectividade entre múltiplos habitats, a aplicação de manejo pesqueiro tradicional falha, sendo recomendada a aplicação em conjunto: o manejo pesqueiro tradicional, estabelecendo analiticamente limites e períodos de capturas bem como o controle do esforço pesqueiro, e a criação de áreas marinhas protegidas, que englobem na totalidade todos estes ecossistemas que esse grupo utiliza em seus ciclos vitais, pois somente mantendo os parâmetros populacionais (reprodução, recrutamento, crescimento e mortalidade) em equilíbrio bem como os habitats essenciais próximos às condições originais se alcançarão condições necessárias para os estoques de Lutjanidae se recomporem tornando a pesca sustentável