Ele nunca demonstrou e de repente... : representações sociais da paternidade segundo as mães de meninas vítimas de violência sexual intrafamiliar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Tadzia Assunção Negromonte de
Orientador(a): CRUZ, Fátima Maria Leite
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8683
Resumo: Este estudo investigou as representações sociais da paternidade compartilhadas por mães de crianças vítimas de violência sexual intrafamiliar. Pretendeu-se compreender quem são essas mães e como representam a figura paterna após a violência sofrida pela filha. A relevância da pesquisa justifica-se, uma vez que o tema é de interesse para a sociedade e atinge crianças de várias idades, classes sociais, etnias, religiões e culturas, considerado um problema de saúde pública pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Como referencial, utilizamos a Teoria das Representações Sociais, que considera as formas de conhecimento compartilhadas como base de uma realidade socialmente construída e constitutiva do senso comum a respeito de determinado objeto social, com a abordagem estrutural na perspectiva de Abric (2004) e a abordagem culturalista de Jodelet. Realizamos uma pesquisa qualitativa plurimetodológica (CRUZ, 2006); o campo, uma ONG de referência em Recife - PE; as informantes, sete mães. A fase empírica em três etapas: a apresentação de imagens indutoras para identificar o campo semântico das RS da paternidade; na segunda etapa, entrevistas semi-estruturadas com três mães usando os dados analisados da primeira etapa na busca dos sentidos; e na terceira, análise documental de pastas sociais e jurídicas Na primeira etapa, análise textual das imagens, e nas entrevistas, análise de conteúdo (Bardin, 2008). Encontramos as representações da paternidade com múltiplos sentidos 1) associada à predominância de sentimentos negativos permeada de sofrimento, medo, dor, raiva, decepção, violência, bem como por sentimentos de agressividade de força física e psicológica. 2)vinculada a sentimentos de receio e tristeza pela destituição familiar.3) idealização de um pai amável, protetor e cuidador, incapaz de cometer qualquer ato de violência com sua filha, sobretudo a violência sexual. A representação da paternidade mostrou-se, ainda, relacionada à representação da maternidade e sua função de proteção e sentimentos de culpa feminina