Avaliação das diferenças clínicas, histopatológicas e no prognóstico renal de pacientes com nefrite lúpica classe IV segmentar e global

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Camila Barbosa Lyra de
Orientador(a): VALENTE, Lucila Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias da Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30978
Resumo: A Sociedade Internacional de Nefrologia e a Sociedade de Patologia Renal (ISN/RPS) subdividiu a nefrite lúpica (NL) classe IV em segmentar (IV-S) e global (IV-G), baseada na evidência de que pacientes com lesões segmentares têm pior prognóstico. No entanto, estudos subsequentes falharam em comprovar diferença no prognóstico renal entre as classes, com alguns estudos mostrando tendência a maior risco de doença renal crônica terminal (DRCT) e duplicação de creatinina sérica (sCr) nos pacientes com classe IV-G. Diante disso, este trabalho tem como objetivo analisar se existe diferença nas características clínicas, histopatológicas e no prognóstico renal entre as duas subclasses. Estudo de coorte retrospectivo de pacientes adultos com diagnóstico de lupus eritematoso sistêmico e biópsia renal evidenciando NL classe IV-S ou IV-G pela classificação da ISN/RPS. Foi realizada a análise das características clínicas, histopatológicas e do seguimento a longo prazo. O desfecho primário foi DRCT. Os desfechos secundários foram a resposta ao tratamento e duplicação de sCr. Foram avaliados 89 pacientes, 34 classe IV-S e 55 classe IV-G. Não houve diferença entre os grupos em relação à idade, sexo ou cor. A prevalência de hipertensão foi maior no grupo de pacientes com classe IV-G (89% x 65%, p=0,006). Em pacientes classe IV-G, glomerulonefrite rapidamente progressiva no início do quadro foi 2 vezes mais comum (60% x 29% p=0,005) e o risco de terapia renal substitutiva foi 4 vezes maior em relação aos pacientes classe IV-S (IC95% 1,1-17,9; p=0,019). Na avaliação histopatológica, pacientes classe IV-G tiveram maior prevalência de crescentes (70,1% x 57,1%; p=0,002) e maior percentual de biópsias com crescentes em 50% ou mais dos glomérulos (34,5% x 5,8%; p=0,007). Após um seguimento médio de 57,2 ± 37,4 meses, pacientes com classe IV-S apresentaram melhor TFGe (79,7 x 56,0 ml/min/1,73m², p=0,009) e maior percentual de resposta completa (58,8% x 32,7%, p=0,016). O grupo IV-G apresentou maior probabilidade de duplicação da sCr (58,2% x 20,6%; p=0,001) e DRCT (34,5% x 8,8%; p=0,006) comparado ao grupo IV-S. Pacientes do grupo IV-G tiveram apresentação clínica e histopatológica mais grave e um maior risco de duplicação de sCr e DRCT comparado ao grupo IV-S.