Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
FERRO, Josepha Karinne de Oliveira |
Orientador(a): |
OLIVEIRA, Daniella Araújo de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18393
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Resumo: |
Além das perdas motoras e sensitivas, o trato urinário e a função sexual são também afetados pela lesão medular, sendo a disfunção sexual um dos problemas mais comuns nestes pacientes e sua gravidade depende no nível e da complexidade da lesão. A alteração da função sexual acontece devido às mudanças no processo neurofisiológico, mas fatores psicossociais podem estar associados à disfunção. A perda da realização sexual, quando comparada à perda de autonomia, pode parecer uma consequência minoritária da lesão medular. No entanto, a função sexual é um importante componente de saúde, com evidências de que a redução da função e satisfação sexual resultam em baixa qualidade de vida, além de um fator fundamental na motivação, bem estar e satisfação. Apesar da relevância, o desempenho sexual após lesão medular ainda é um tema pouco abordado e bastante negligenciado durante o processo de reabilitação, além de serem escassos os estudos que verificam associações mais aprofundadas sobre a função erétil e os demais componentes da função sexual, fatores explicativos e preditivos de disfunção. OBJETIVO: avaliar a função sexual de homens com lesão medular traumática e analisar a associação da disfunção com fatores fisiológicos e não fisiológicos. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo observacional (CCAE 41221414.5.0000.5208) realizado com 45 homens, faixa etária entre 18 a 60 anos, com lesão medular traumática e vida sexual ativa. A função sexual foi avaliada pelo Índice Internacional de Função Erétil (IIFE) e nível e grau da lesão foram determinados seguindo as diretrizes da International Standards for Neurological Examination and Functional Classification of Spinal Cord Injury. Os dados foram coletados após seis meses da lesão, em hospitais de referência. Foram aplicadas técnicas de estatística descritiva e análise bivariada e multivariada, através de regressão logística ajustada para observar a associação entre a função sexual e fatores explicativos de disfunção, com nível de significância de 0,05. RESULTADOS: Participaram do estudo 45 indivíduos com idades entre 18 e 56 anos (média 34,0; IC 31,5 – 37,1) e tempo de lesão médio de 7,5 anos (IC 5,2 – 9,9). Lesões incompletas acima do segmento medular L2 foram as mais frequentes (66,7%). Ao analisar os domínios do IIFE, não foi observada associação entre disfunção sexual e complexidade da lesão, porém, os pacientes com lesões completas foram os que apresentaram mais grave disfunção orgástica (86,7%) e de satisfação (86,7%). Ao analisar a associação entre fatores explicativos para disfunção, percebeu-se que a presença parceira fixa é um fator protetor (OR: 0,22; IC95%:0,05-0,92) para disfunção erétil. Desejo sexual tem associação com parceira fixa (OR: 0,20; IC95%:0,04-0,84), masturbação (OR: 0,16; IC95%:0,04-0,67) e relação sexual no último mês (OR: 0,13; IC95%:0,01-0,92). Ejaculação presente (OR: 0,01; IC95%:0,00-0,15) foi considerado um fator protetor para disfunção orgástica, enquanto disfunção erétil (OR: 15,7; IC95%:1,38-178,58), um fator de risco. Ereção psicogênica (OR: 0,07; IC95%:0,01-0,69), frequência mensal de relação sexual (OR: 11,3; IC95%:2,0-62,8) e disfunção orgástica (OR: 7,1; IC95%:1,1-44,8) tem associação com satisfação. CONCLUSÃO: a resposta sexual altera-se após a lesão medular, tendo a função orgástica como a mais acometida, caracterizando o domínio que apresentou maior e mais grave disfunção. Fatores como presença de parceira fixa, ejaculação e masturbação são fatores de proteção para disfunção sexual. Disfunção erétil, orgástica e relações sexuais infrequentes são preditores de disfunção. |