Epidemiologia da disfunção sexual masculina em pacientes com lesão medular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Castro Filho, José Everton de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-10032014-093801/
Resumo: INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O trauma raqui medular (TRM) pode ter um impacto devastador sobre a função sexual masculina. Avaliamos a prevalência de disfunções sexuais em homens com TRM e seu impacto na qualidade de vida global. Além disso, nós investigamos características sexuais, incluindo o comportamento sexual antes e depois da TRM, a função erétil, o orgasmo e ejaculação, bem como preditores clínicos da função erétil. MÉTODOS: Um questionário estruturado foi aplicado a todas as disciplinas incluindo o Índice Internacional de Função Erétil (IIEF-5), o quociente sexual masculino (QS-M), o questionário de Satisfação de Vida (LiSat - geral QV), as medidas de independência funcional (MIF) e uma anamnese detalhada sobre as funções sexual, orgasmo, ejaculação, freqüência e as modalidades de atividades sexuais e satisfação geral com a vida sexual. Continência urinária e tipo de manuseio urinário também foi avaliada. RESULTADOS: Foram avaliados prospectivamente 295 homens com TRM ( > 12 meses) com média de idade de 40,6 ± 14,8 anos (variando de 18 a 78). O tempo médio de TRM foi de 5,4 ± 5,0 anos. O nível de TRM foi cervical em 129 (43,7%) pacientes, torácica em 133 (45,1%) e lombar em 32 (10,8%). A escala da American Spinal Injury Association (ASIA) foi A em 192 (65,1%) pacientes, B em 33 (11,2%), C em 27 (9,2%), D em 34 (11,5%) e E em 9 (3,1%). A satisfação média com a vida sexual variou de 9 (8-10) a 4 (0-6) (0 = insatisfeito e 10 = satisfeito; p < 0,001) antes e depois do TRM, respectivamente. Antes do TRM, 225 (76,3%) pacientes tiveram um freqüência de> 4 relações sexuais mensais, 50 (16,9%) tinham de 1 a 4/mês, 10 (3,4%) uma relação sexual ocasional ( < 1/mês) e 10 (3,4%) não eram sexualmente ativos. Depois de TRM, 157 (46,1%) pacientes eram sexualmente ativos, 63 (21,4%) tinham relação sexual ocasional ( < 1/mês), 52 (17,6%) tinham 1 a 4/mês e 42 (14,2%) tinham > 4/mês (p < 0,0001). Relação sexual vaginal, anal, oral e masturbação foram realizadas por 97,3%, 19,0%, 47,8%, e 13,9% dos pacientes antes do TRM e por 50,5%, 7,8%, 22,0% e 3,7% após TRM. O IIEF mediano e o escore do QS-M após TRM eram 5 [0-16] e 40 (8- 66), respectivamente. Ambos os escores apresentaram excelente correlação (p < 0,0001). Apenas 105 (35,6%) e 61 (20,7%) foram capazes de atingir o orgasmo e ejacular, respectivamente. A pontuação média do LiSat foi de 35[29-41] apresentou correlação positiva com IIEF (r = 0,3511 [0,236-0,456] IC95% (p < 0,0001) e QS-M r = 0,409 [0,299-0,509] IC95% (p < 0,0001). A pontuação média do MIF foi de 101(70- 114).CONCLUSÕES: as disfunções sexuais são altamente prevalentes em homens do TRM, incluindo disfunção erétil, disfunção orgásmica e ejaculatória. Depois do TRM, redução da freqüência sexual e mudanças no comportamento sexual são observados, levando a uma diminuição significativa na satisfação global com a vida sexual. Relacionamento conjugal, continência urinária e função erétil preservada ou minimamente comprometida estão positivamente à vida sexual ativa pós TRM