Tempo de aprendizagem flexível : as novas tendências de aprendizagem mediadas pelo uso das tecnologias da informação e comunicação para a classe trabalhadora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: NEGREIROS, Taíse Cristina Gomes Clementino de
Orientador(a): AMARAL, Ângela Santana do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Servico Social
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35733
Resumo: A pesquisa tem por objeto de estudo o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação nos processos de formação profissional. Seu objetivo geral foi analisar o desenvolvimento e uso das TICs na sociabilidade capitalista a partir da consolidação do regime de acumulação flexível e suas consequências na formação profissional da classe trabalhadora. Para o alcance do objetivo proposto, nossa pesquisa partiu de uma abordagem qualitativa, orientada pela perspectiva teórico-metodológica crítico-dialética; realizamos uma análise bibliográfica na qual estudamos autores da área de educação e comunicação social, tanto do campo pós-moderno e contemporâneo – a exemplo: Pierre Levy e Clayton Christeen – quanto do campo do pensamento crítico marxista, clássicos como Antonio Gramsci, Karl Marx, Friedrich Engels, Fernandes Enguita e autores contemporâneos como Harvey, Florestan Fernandes, Ricardo Antunes, Acácia Kuenzer, Kátia Lima, Roberto Lehr, Gaudêncio Frigotto, Raquel Goulart, Newton Duarte, Dermeval Saviani, Carlos Freitas, Marise Ramos, John Foster, dentre outros. Também perpetramos na análise documental dos relatórios institucionais do BM e Unesco, relatórios de pesquisa, notícias, artigos e entrevistas divulgadas pela ABED, Abstartup, Portal Desafios da Educação. A definição do nosso objetivo de pesquisa decorreu da identificação, nos dias atuais, dos discursos apologéticos de diversos intelectuais que, através da divulgação de estudos e pesquisas, preconizam a utilização das TICs como principal estratégia para a construção de novas formas de aprendizagem condizentes com as novas determinações políticas e socioeconômicas da sociabilidade capitalista a partir dos anos de 1970. Compreendemos que as reformas e novas determinações prescritas às políticas educacionais visam a reconfigurar a formação da classe trabalhadora a um contexto de acirramento das formas de flexibilização das relações trabalhistas, marcadas pela intensificação da substituição da força de trabalho humana pelas novas tecnologias informacionais. Nessa perspectiva, concluímos que os processos de ensino-aprendizagem se efetivam a partir da articulação entre a intensificação do uso das TICs e a teoria construtivista da aprendizagem cujos objetivos se centram no desenvolvimento de habilidade e qualidades genéricas, de caráter psicologizante, como estratégia de conformação do trabalhador a um ― tempo de não trabalho‖. Concluímos, também, que a flexibilização dos processos de aprendizagem da classe trabalhadora se constitui como um meio de garantir novos espaços de controle e investimento do capital, garantindo, assim, que o campo didático-pedagógico se constitua como um novo nicho de acumulação capitalista.