Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Gleice da Silva, Tathyane |
Orientador(a): |
Marcos de Medeiros Gomes de Matos, Aécio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8693
|
Resumo: |
A fim de contribuir com a Saúde da Mulher, esta é uma pesquisa social em saúde, situada na interface entre a Psicologia da Saúde, a Análise Institucional e a Obstetrícia. Seu objetivo foi analisar a dinâmica da relação de cuidado entre a gestante de alto risco e sua equipe de saúde, focando as repercussões desta relação na qualidade do processo de hospitalização da usuária. Para isso, a base teórica englobou o Paradigma da Complexidade (MORIN,1990); o Modelo Sociomental (MAX PAGÈS, 1993); a Teoria das Instâncias (ENRIQUEZ, 1991/1997); o conceito de autonomia como projeto revolucionário (CASTORIADIS, 2007); o conceito de Habitus (BOURDIEU, 2009); o agenciamento do sujeito na saúde e o controle social (FOUCAULT, 2004/2008). Como o objeto de estudo foi a relação de cuidado, o estudo contou com a participação de oito usuárias e oito profissionais de saúde de um centro de referência hospitalar. As técnicas utilizadas para a construção dos dados foram entrevistas, observação de campo e análise de documentos, que tiveram como métodos teóricos a análise do sistema dialético (MAX PAGÈS, 1993) e a análise institucional sincrônica (BARBIER, 1985). Os resultados evidenciaram que, antes de engravidarem, essas gestantes já adjudicavam ao bebê um lugar de agressividade. Logo, viviam a gravidez com medo de morte devido ao quadro clínico, mas também com o sentimento de culpa, somado à situação de estresse pelo cotidiano hospitalar e pela psicodinâmica gestacional e puerperal. Todavia, nem sempre encontravam na equipe de saúde o suporte afetivo necessário para ressignificar o lugar dado ao bebê e diminuir o sofrimento. A relação de cuidado era fragmentada, com posturas centradas na usuária e outras que lhe impediam o processo de protagonização em saúde, compondo assim as especificações da prática social da Organização hospitalar, neste trabalho entendidas por habitus. Por efeito, as usuárias apresentaram três tendências psicossociológicas na trajetória de hospitalização, nas quais preponderou: 1) relação de amor com a Organização; 2) relação de ressentimentos; 3) rejeição e ódio dirigidos pela usuária ao hospital. Associado a isso, identificaram-se dificuldades interativas da equipe de saúde, com suas relações verticais e de dependência, em meio ao estresse no trabalho. E a função paterna da Organização de saúde mostrou-se central nesses problemas, em seu modo de controlar a autonomia das usuárias e dos profissionais de saúde. Ainda assim, esse grupo social era mediado por uma política de reconhecimento, que apareceu implícita às contradições Organizacionais, garantindo, mesmo que isoladas, a efetivação de práticas solidárias em saúde. No geral, espera-se que o estudo possa interessar para o aprimoramento das práticas em saúde voltadas à gestante de alto risco |