Comportamento biológico dos meningiomas: um estudo de 868 casos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: MONTEIRO, Márcia Lima de Azevedo
Orientador(a): VALENÇA, Marcelo Moraes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20120
Resumo: Monteiro MLA. Comportamento biológico dos meningiomas: um estudo de 868 casos. [Tese de Doutorado]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 2011.Introdução:Meningiomas são neoplasias, em sua maioria, de apresentação benigna. Podem, no entanto,apresentar recidiva mesmo após remoção radical. A caracterização de meningiomas e o conhecimento de fatores relacionados à recidiva é imprescindível, devido a sua prevalência, importância clínica e às possibilidades de cura através de remoção cirúrgica. Objetivos:Caracterizar meningiomas do ponto de vista clínico-patológico e de fatores relacionados a seu tratamento cirúrgico e contribuir para o conhecimento de seu comportamento biológico; determinar a prevalência de recidiva demeningiomas e verificar a influência de determinados fatores sobre a recidiva.Material e Métodos:Foram analisados 868 casos de pacientes submetidos à remoção cirúrgica de meningiomas no Hospital Nordstadt, Hannover, Alemanha, de 1978 a 1994, para gênero, distribuição etária, associação a neurofibromatose, multiplicidade, tipo e grau histológico, localização, características de crescimento do tumor e recidiva. Para análise dos resultados foram obtidas distribuições de frequências, teste 2de igualdade de proporções ao nível de 5,0% e intervalo de confiança de 95,0% para a prevalência de recidiva. Resultados:A idade dos pacientes variou de 7 a 85 anos, média e desvio padrão de 53,46 e 13,89 anos, respectivamente. Da 5aà 7adécadas, concentraram-se 71,7% dos pacientes. A distribuição por gênero foi de 74,0% femininos e 26,0% masculinos. Meningiomas clássicos representaram 94,2% do total; atípicos, 3,8%; e anaplásicos, 1,9%. Em 824 casos, 89,1% eram intracranianos (65,9% basais); 8,5%, espinhais; e 2,4%, crânio-cervicais. A ocorrência associada a neurofibromatose foi de 4,9%; e a multiplicidade, de 6,7%. Aos tumores globoides (84,6%), seguiram-os em placa (6,7%) e os intraósseos (2,4%). Cápsula foi observada em 74,5% dos casos. A remoção foi total em 79,6%. A prevalência de recidivas foi de 16.9% (14,2% a 19,5%) com 95,0% de confiança. O tempo médio entre as recidivas tendeu a diminuir: de 5,68 anos entre a 1aremoção e 1arecidiva para 0,90 anos entre a 3ae a 4arecidivas.Em 785 casos, o percentual de recidiva foi de 2,7% em dois anos; 7,2% em 5 anos; 13,1% em 10 anos; 16,3% em 15 e 16,9% em 20 anos. O percentual de recorrência foi mais elevado no gênero masculino (22,1% x 15,1%); aumentou nas 4 primeiras décadas de vida e decresceu da 5aà 9adécadas; foi menor entre os pacientes acima de 65 anos (3,0% x 20,5%); mais elevado entre os de grau III (71,4%), seguido do grau II (51,7%) e do grau I (15,1%). Percentuais mais elevados de recidiva foram encontrados entre tumores removidos parcialmente (32,7% x 11,5%); entre pacientes portadores de neurofibromatose (38,5% x 15,7%); dentre os múltiplos (34,6% x 15,5%); na presença de infiltração dural (19,6% x 13,1%), óssea (23,6% x 12,9%) e muscular (57,9% x 15,8%); e entre os não capsulados (20,7% x 8,2%). A associação da recidiva foi significativa com gênero, faixa etária, tipo e grau histológico, extensão da remoção, neurofibromatose, multiplicidade, tipo de crescimento, infiltração dural, óssea ou muscular e presença de cápsula com valores de P=0,022 para gênero, P= 0,017 para infiltração dural e P<0,001 para as demais variáveis. Para outras variáveis analisadas não se comprovou associação significativa com a recidiva. Conclusão: Dos resultados se conclui que osmeningiomas são mais frequentes em mulheres, entre a 5ae a 7a décadas de vida; a maioria é do tipo clássico, grau I, globóide, capsulada; a localização intracraniana é cerca de 10 vezes mais frequente que a espinhal; a base do crânio é uma localização frequente; a remoção total é possível para a maioria dos casos; um percentual considerável recidivou, 16,9% e a taxa de recidiva aumentou com o tempo de seguimento. A recidiva é influenciada por gênero, faixa etária, tipo e grau histológico, extensão da remoção, neurofibromatose, multiplicidade, tipo de crescimento, infiltração dural, óssea ou muscular e presença de cápsula.