Estresse por Separação Materna: Estudo do Comportamento Alimentar em Ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: SILVA, Matilde Cesiana da
Orientador(a): SOUZA, Sandra Lopes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12061
Resumo: Entre os fatores que podem modificar a responsividade do organismo ao estresse, estão experiências que incidem durante o período de rápido desenvolvimento do sistema nervoso. A separação periódica entre mães e filhotes tem sido utilizada como modelo de estresse perinatal. Ratos provenientes desse modelo apresentam na vida adulta elevada responsividade ao estresse e ansiedade, déficits de aprendizado e memória e modificações na expressão de comportamentos. O presente estudo teve como objetivo investigar, em ratos machos e fêmeas, os efeitos da separação materna periódica durante a lactação em diferentes ciclos de luminosidade sobre parâmetros do controle do comportamento alimentar na vida adulta. Foram utilizados ratos da linhagem Wistar provenientes do biotério do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco. A separação entre mães e filhotes foi realizada do 1° ao 14°dia de vida, por seis horas, nos períodos claro ou escuro do ciclo de luminosidade. Na vida adulta aos 180 dias, foram avaliados a Sequência Comportamental de Saciedade, a preferência a macro-nutrientes, resposta a dieta palatável e ao jejum, bem como dosagem de corticosterona sanguínea. Em relação ao consumo alimentar fêmeas separadas no claro foi maior (CF=8.2±0.2 n=10 v.s SCF= 9.9±0.3 n=10, P<0.05) quando comparado com as fêmeas controle. Quando comparamos os gêneros (machos e fêmeas) observamos que as fêmeas apresentou maior consumo alimentar (CF=23.3±0.5, n=10 v.s CM= 18.2 ±0.7, n=10, P<0.001). No teste de preferência alimentar, houve aumento no consumo de proteína (CF= 4.1±0.7, n=8 v.s SCF= 7,1±0.5, n=8, P<0,05), redução de lipídios (CF= 17.7±0.9, n=8 v.s SCF= 13±1.1, n=8, P<0,001) e nenhuma alteração de carboidrato (CF= 15.7±0.7, n=8 v.s SCF= 14.2±0.8, n=8, P>0.05) por fêmeas comparado ao seu controle. Fêmeas de separação materna apresentaram maior ingestão de alimentos palatáveis (CF=15.41±0.43 v.s SCF= 17.71±0.69 P<0.001). Para ratos machos, foi identificado aumento nos níveis de corticosterona apenas para aqueles separados durante o período escuro do ciclo (CM=128,4±13,4, n=8 v.s SEM= 173,9±12,8, n=10, P<0,05). Para fêmeas foi observado maior corticosterona devido a separação materna independente do ciclo de luminosidade (CF=74,6±8, n=8 v.s SCF=142,7±12, n=8, P<0,001; CF=50,5±9,3, n=5 v.s SEF=153,5±8,9, n=9, P<0,001).Neste estudo, observamos algumas diferenças em parâmetros do consumo alimentar entre animais separados de suas mães durante o período claro e escuro. Esses resultados indicam que diferentes fatores envolvidos na interação mãe-filho apresentam influências programadoras distintas sobre o padrão do comportamento alimentar na vida adulta.