Integridade visual nos monumentos vivos: os jardins históricos de Roberto Burle Marx

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: SILVA, Joelmir Marques da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento Urbano
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29428
Resumo: A vegetação é a essência do jardim histórico e, por isso, as ações de conservação precisam garantir a integridade e a autenticidade considerando o ciclo de vida do vegetal e, consequentemente, as substituições periódicas de espécies. Embora, para a obra de arte em geral, a integridade esteja diretamente associada à autenticidade da matéria, no jardim histórico esta relação não acontece da mesma maneira pela sua condição de obra de arte efêmera - perecível e renovável. A autenticidade de uma obra de arte está direcionada à condição de genuíno como oposto ao falso ou copiado, já a integridade está atrelada ao significado de continuidade e honestidade em oposição a fragmentado e destruído. O conceito de integridade para jardim histórico ainda está em fase embrionária, por isso, adotou-se a noção de integridade visual do bem cultural, proposta por Jukka Jokilehto, atrelando-a ao componente vegetal sob a lente dos aspectos estéticos representados em um determinado lugar. Defende-se a tese de que a integridade visual do jardim histórico independe da autenticidade das espécies vegetais [matéria] desde que as novas espécies possuam atributos plásticos compatíveis aos do projeto original. Isto pode incluir a ação do restauro em que segundo Cesare Brandi, o que se restaura é a imagem e não a matéria. Objetivou-se, assim, discutir o conceito de integridade visual no jardim histórico, bem como elaborar uma metodologia de verificação então direcionada com a construção da fitocronologia e do palimpsesto vegetal e testando-a em dois jardins históricos do paisagista moderno Roberto Burle Marx e projetadas em 1935: a Praça Euclides da Cunha e a Praça de Casa Forte, e que são dois jardins reconhecidos como patrimônio cultural nacional. Com isso, se alcançou a compreensão de que a integridade visual de um jardim histórico é aquela que permite o especialista perceber e sentir uma emoção estética proporcionada pela ideia de quem o concebeu - o que garante a autenticidade da criação - porém, independe da autenticidade da matéria, do vegetal em si. Com a verificação da integridade visual em tais praças, percebeu-se a presença da evocação artística que não se encontra em outros tipos de jardins. São jardins distintos, com personalidade, cheios de significados e que possibilitam integrar o homem em sua história de uma maneira simples, natural e eficaz ao mesmo tempo.