Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
ALVES, Mariana Moreira |
Orientador(a): |
ALVES, Luiz Carlos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Aplicada a Saude
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38367
|
Resumo: |
O complexo A. baumannii – A. calcoaceticus (complexo ABC), é composto por cinco espécies: A. calcoaceticus, A. baumannii, A. pitti, A. nosocomialis, A. seiferttie A. dijkshoorniae sendo responsável por 80% dos casos de Infecções Relacionadas à Assistencia em Saúde envolvendo Acinetobacter sp.. A resistência a carbapenêmicos em do complexo ABC é descrita em todo o mundo sendo indicada como preocupante pela Organização Mundial de Saúde devido à limitação terapêutica para o tratamento de infecções causadas por estes microrganismos. O fenótipo multidrogas resistente – MDR, aliado ao surgimento de isolados hipervirulentos, tem aumentado a gravidade das infecções. A resistência a carbapenêmicos se dá principalmente pela ocorrência de genes blaOXA, entretanto a aquisição de plasmídios codificadores das enzimas VIM, KPC, IMP, NDM e GES têm sido descritas em diversas localidades e a coexistência destas enzimas contribui para a ampliação do espectro de resistência bacteriana. Neste trabalho, isolados pertencentes ao complexo ABC foram coletados em dois hospitais públicos e um privado de Maceió/AL, entre maio e dezembro de 2018, todos com perfil MDR identificado pelos hospitais. Foram pesquisadas as ocorrências dos genes blaOXA51LIKE, blaOXA23LIKE, blaGES, blaVIM, blaKPC, blaNDM, blaIMP, ompA, entA, bfmS, csuE, e pilM e a ocorrência de mutações no gene pmrB em isolados resistentes a Polimixinas. Foram coletados 40 isolados pertencentes ao complexo ABC identificados através de espectrometria de massa MALDI-TOF MS. 82,5% dos isolados abrigavam blaOXA51, indicativo da espécie Acinetobacter baumannii. O perfil clonal obtido através de ERIC-PCR indicou a presença de nove clusters predominantemente formados por cepas do mesmo hospital, não indicando transmissão inter-hospitalar. Os seis clones encontrados apresentaram a ocorrência de apenas dois isolados, com intervalo médio de ocorrência de 3,16 meses, não indicando surtos. Todos os genes de virulência pesquisados apresentaram maior ocorrência em amostras coletadas de pacientes de UTIs. Dos isolados com informações disponibilizadas pelos hospitais, todos apresentaram resistência aos carbapenêmicos Meropenem, Ertapenem e Imipenem, sendo que 76,92% apresentaram o fenótipo de resistência extensiva (XDR). Dos isolados XDR, 40% foram resistentes às Polimixinas. Análise das mutações em pmrB não apresentaram alterações na proteína, entretanto 64,28% apresentaram duas mutações quando alinhados a sequência referência da ATCC 19606, tendo 100% de identidade entre si. A distribuição destes isolados nos clusters sugere que este perfil possa ser característico da região. Em nosso estudo, 80,48% dos isolados amplificaram blaoxa23, tiveram ocorrência igual a 80% entre os isolados de A. baumannii e espécies não baumannii. As enzimas IMP e NDM não foram encontradas, entretanto os genes blaGES e blaVIM foram encontrados pela primeira vez no Brasil em isolados clínicos de Acinetobacter spp., tendo a ocorrência da carbapenemase GES de 70% com distribuição em todos os clusters, indicando que o gene é comum na região. A metalo-β-lactamase VIM foi abrigada em 5% dos isolados que abrigavam também GES, KPC OXA-23 e OXA-51. Desta forma, observa-se que os isolados clínicos do complexo ABC de incidência em Maceió/AL apresentam um alto perfil de resistência aos antimicrobianos, abrigando os genes blaGES e blaVIM, sendo aqui descritos pela primeira vez em isolados clínicos de Acinetobacter spp. no Brasil. |