Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
CUNHA, Eudes Gustavo Constantino |
Orientador(a): |
PITTA, Maria Galdino da Rocha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34053
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Resumo: |
A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune complexa caracterizada pela vasculopatia, desregulação imunológica e fibrose. Altos índices de morbidade e mortalidade estão associados à ES, principalmente devido ao acometimento fibrótico de pele e órgãos internos. A etiopatogênese da ES não é bem elucidada, porém acredita-se que fatores ambientais ligados à carga genética possam desencadear a doença. A galectina-3 é a única lectina do tipo quimera pertencente ao grupo das galectinas, que pesa cerca de 30kDa e possui afinidade por ligantes β- galactosídeos. Codificada pelo gene LGALS3, a Gal-3 possui atividade conhecida em processos biológicos fundamentais, na auto-tolerância, inflamação e fibrose. Devido às funções pró-fibróticas da Gal-3, este trabalho buscou avaliar a possível associação de polimorfismos no gene LGALS3 com níveis séricos de Gal-3 e manifestações clínicas em pacientes com ES. Um estudo caso-controle foi realizado com 88 pacientes e 151 controles pareados por sexo e idade. O DNA genômico foi extraído de sangue total pela técnica do fenol-clorofórmio e então os polimorfismos de base única (SNP) LGALS3 rs4652 (+292) A>C, rs1009977 G>T e o rs2075601 C>T foram analisados por PCR em tempo real, utilizando sondas alelo específicas Taqman®. As amostras de soro foram dosadas por ELISA sanduíche. Os valores estatísticos foram significantes quando p<0,05. Os resultados obtidos revelam que o LGALS3 rs4652 não está associado com a doença. Entretanto, as frequências alélicas e genotípicas dos SNPs intrônicos LGALS3 rs1009977 e rs2075601 revelaram que os genótipos heterozigotos rs1009977 (G/T) [OR= 0,27 (0,10-0,73) IC 95%; p=0,0047] e rs2075601 (C/T) [OR= 0,30 (0,13-0,66) IC 95%; p=0,001], assim como o modelo dominante de ambos LGALS3 rs1009977 (G/T + T/T) [OR= 0,37(0,14-0,98) IC 95%; p=0,0307] e LGALS3 rs2075601 (C/T + T/T) [OR=0,33 (0,14-0,74) IC 95%; p=0,004] podem estar associados com proteção à doença. Os níveis da Gal-3 estavam alterados em relação ao genótipo polimórfico (C/C) do LGALS3 rs4652 em pacientes (p=0,0382) e controles (p=0,0051). Adicionalmente, o modelo dominante (A/C + C/C) do LGALS3 rs4652 também apresentou menores níveis séricos da Gal-3 em controles (p=0,0174). Assim, foi observado que o genótipo polimórfico (C/C) do LGALS3 rs4652 pode causar uma diminuição dos níveis de Gal-3 na população geral do estudo, embora nenhuma correlação direta com a doença foi encontrada. Paralelamente, o LGALS3 rs1009977 apresentou um aumento da Gal-3 no modelo dominante em relação ao genótipo selvagem, porém essa variação foi observada apenas no grupo controle (p=0,0115). O LGALS3 rs2075601 não mostrou variações estatisticamente significantes na comparação com os níveis da Gal-3. Os níveis de Gal-3 sérica não diferiram entre pacientes e controles, bem como associações da Gal-3 com manifestações clínicas da doença não foram encontradas. Contudo, observou-se que os pacientes que faziam uso de glicocorticoides apresentaram maiores níveis de Gal-3 do que os que não se submeteram a esse tratamento. Nosso estudo foi importante para a avaliação genética e sérica da Gal-3 em pacientes com ES, contudo novos estudos são necessários para melhor elucidar os mecanismos envolvidos na relação dos polimorfismos do LGASL3 com a ES. |