Inter-relações entre saúde e ambiente de trabalho em casas de farinha
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento e Meio Ambiente |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/26058 |
Resumo: | A presente investigação abordou o processo de trabalho na produção de farinha de mandioca, no Agreste Pernambucano, sendo norteada pela seguinte questão: de que maneira as unidades de beneficiamento da mandioca influenciam a saúde dos trabalhadores desses locais? Foi determinado como objetivo geral: analisar as relações entre saúde e ambiente de trabalho a partir do sistema de produção de derivados da mandioca nas casas de farinha. Como objetivos específicos foram definidos: identificar as condições de trabalho e saúde no processo produtivo, caracterizando-as de acordo com os tipos de casas de farinha; analisar os principais problemas pertinentes à saúde dos trabalhadores e propor alternativas de melhorias para a saúde dos trabalhadores nas casas de farinha. Foram pesquisadas cinco casas de farinha no município de Feira Nova no período de maio a junho de 2016. A escolha do referido local foi em razão de ser uma área tradicional do interior pernambucano e guardar o título de “Terra da Farinha”, detendo uma importante atividade econômica por processar a mandioca e pela geração de trabalho para pessoas em, praticamente, todas as fases de produção. Este estudo caracteriza-se como sendo exploratório e descritivo, sendo adotados os seguintes procedimentos metodológicos: levantamento bibliográfico, identificação e coleta das coordenadas geográficas das casas de farinha, registro fotográfico e gravações de áudio. Foram realizadas trinta e quatro entrevistas semiestruturadas junto aos trabalhadores e cinco com os proprietários das casas de farinha. Todos os participantes concordaram e permitiram a divulgação das informações, conforme prevê o Comitê de Ética e Pesquisa. Os resultados obtidos indicaram que nenhum dos empreendimentos possui licença ambiental. A casa de farinha situada na zona urbana é do tipo modernizada, enquanto as da zona rural agregam aspectos tradicionais, modernizado e eletrificado. Foram observadas que as condições atuais dos trabalhadores nas casas de farinha em Feira Nova são praticamente as mesmas dos trabalhadores na Inglaterra no tempo de investigação de Friedrich Engels (1820-1895), dentre as condições de trabalho verificadas estão: carga horária extenuante, baixíssima remuneração e a precariedade do trabalho. Isso, notadamente, porque as condições de trabalho e vida dos trabalhadores ainda são negligenciadas pelas classes proprietárias dos meios de produção. Os principais problemas identificados foram: poluição atmosférica; geração de efluentes tóxicos; uso da lenha como matriz energética; insalubridade e exposição a riscos físicos; geração de resíduos sólidos; baixa remuneração; baixa escolaridade dos trabalhadores falta de higiene e problemas de saúde, dentre eles as dores musculares foram as mais frequentes. No processo de beneficiamento da mandioca, os trabalhadores das casas de farinha estão expostos a diferentes riscos, dentre eles: físicos; químicos; biológicos; ergonômicos; mecânicos que podem comprometer a saúde e a integridade física destas pessoas. É fundamental uma Vigilância em Saúde capaz de prevenir os agravos decorrentes da relação saúde, ambiente e trabalho. |