Geometria orofaríngea de pacientes reabilitados com obturadores palatinos : repercussões na voz e deglutição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: REVOREDO, Eliane Cristina Viana
Orientador(a): LEÃO, Jair Carneiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Odontologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/43507
Resumo: A prótese obturadora é usada para promover o vedamento de fissuras oriundas de doenças congênitas, oncológicas e traumas. No transcirúrgico a reabilitação com obturadores palatinos oclui de imediato a comunicação oronasal e promove o restabelecimento das funções estomatognáticas e estéticas dos pacientes. O objetivo deste estudo é apresentar os resultados da análise da geometria orofaríngea, da qualidade da voz e da deglutição de pacientes submetidos a maxilectomias e reabilitados com obturadores palatinos transcirúrgicos (OPT) A pesquisa foi composta por dois estudos de série de casos de abordagem quantitativa, realizados no Hospital de Câncer e na Universidade Federal de Pernambuco, com 12 indivíduos com faixa etária entre 25 a 70 anos. No primeiro estudo: A avaliação da geometria orofaríngea foi aferida por faringometria acústica e a análise dos parâmetros vocais por meio de análise perceptivo-auditiva e análise acústica. A comparação entre os resultados com e sem o OPT foi analisada pelo Teste de Wilcoxon, a correlação entre as medidas orofaríngeas e os parâmetros acústicos foi testada pelo coeficiente de correlação de Spearman. Todos os testes foram aplicados com intervalo de confiança de 95%. No segundo estudo: As variáveis de desfecho foram investigadas pela faringometria acústica e videoendoscopia da deglutição para investigação da geometria orofaríngea comparada à deglutição e comparação da deglutição com e sem o OPT. Também foram avaliadas características sociodemográficas e clínicas. Os dados foram analisados no SPSS 13.0. Para comparação entre os grupos com e sem prótese foram utilizados os testes de Mann-Whitney e o coeficiente de correlação de Spearman’s. Os resultados apontaram que houve diminuição das seguintes medidas orofaríngeas com o uso do OPT: comprimento da cavidade faríngea e do trato vocal, volume da cavidade oral, faríngea e do trato vocal e da área da junção orofaríngea. Não houve diferença no comprimento da cavidade oral e na área glótica entre as situações com e sem OPT. Na avaliação vocal acústica, nenhum dos parâmetros isolados diferiu na comparação entre as situações com e sem uso do OPT, porém, quanto ao diagrama de desvio fonatório, a densidade concentrada foi maior na situação com OPT. Na avaliação perceptivo-auditiva nenhum paciente foi considerado com alteração vocal de nível glótico, com ou sem o uso do OPT, porém, as alterações de inteligibilidade e ressonância foram observadas na situação sem OPT. Apenas em um caso, com uso do OPT, foi detectada hipernasalidade, porém em grau leve. A deglutição com o OPT comparada à deglutição sem o OPT apresentou melhor resultado nas variáveis de deglutição: escape prematuro posterior (p=0,021) e refluxo para nasofaringe (p=0,029). A geometria orofaríngea não apresentou associação estatisticamente significativa com as alterações de deglutição. Concluiu-se que as medidas orofaríngeas nos maxilectomizados com prótese se aproximaram das medidas de indivíduos sem alterações orgânicas de trato vocal, o uso de OPT proporciona melhora vocal na inteligibilidade de fala e ressonância vocal, como também pode contribuir para a função de deglutição e proteção das vias aéreas inferiores desses pacientes.