Comportamento da pressão arterial fora do consultório no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: FEITOSA, Audes Diógenes de Magalhães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Biologia Aplicada a Saude
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/59300
Resumo: Aferições da pressão arterial (PA) fora do consultório, obtidas por medida residencial da PA (MRPA) ou medida ambulatorial da PA (MAPA), têm sido recomendadas para diagnóstico e manuseio da PA. Contudo, pouco se sabe sobre a PA fora do consultório no Brasil. O objetivo do estudo foi investigar o comportamento da PA fora do consultório, assim como, a prevalência e os determinantes dos fenótipos de hipertensão, normotensão verdadeira (NV), hipertensão do avental branco (HAB), hipertensão mascarada (HM) e hipertensão sustentada (HS) em indivíduos não utilizando anti-hipertensivas, hipertensão controlada (HC), hipertensão do avental branco não-controlada (HABNC), hipertensãomascarada não-controlada (HMNC) e hipertensão sustentada não-controlada (HSNC) em indivíduos utilizando anti- hipertensivas. Foram desenvolvidos sete sub-estudos que avaliaram indivíduos de três coortes brasileiras independentes: coorte 1: 5.778 indivíduos que realizaram MRPA em dois centros de cardiologia pernambucanos entre 2005 e 2018; coorte 2: 57.768 indivíduos de 719 centros que realizaram MRPA usando a plataforma online TELEMRPA entre 2017 e 2020; e coorte 3: 753 indivíduos de um Centro de Pesquisa Clínica alagoano que realizaram MAPA de 2014/2016. O sub- estudo 1: avaliou toda a coorte 1 – mostrou aumento de HS, HSNC, HAB e HABNC e redução da prevalência de NV, HC, HM e HMNC ao se substituir os valores de anormalidade da PA no consultório de 140/90mmHg para 130/80mmHg, e da MRPA de 135/85mmHg para 130/80mmHg. O sub-estudo 2: observou que 34% dos 2.839 de PA tratados da coorte 1 tinham PAS < 120mmHg no consultório e na MRPA, e poderiam estar sob maior risco de eventos adversos a longo prazo. O sub-estudo 3: avaliou 6.049 com PA tratados das coortes 1 e 2 e mostrou que diferenças entre a PA no consultório e na MRPA maiores que 15/9mmHg e menores que -1/-1mmHg podem corresponder a efeitos do avental branco e de mascaramento significativos, respectivamente. O sub- estudo 4: avaliou 17.945 indivíduos das coortes 1 e 2 – mostrou que a presença de hipertensão sistólica ou diastólica isolada no consultório são preditores de HAB e HABNC. O sub-estudo 5: avaliou 19.937 indivíduos das coortes 1 e 2 e mostrou, por meio de regressão, com valores de PA consultório de 140/90mmHg, correspondendo a 130/80mmHg e não 135/85mmHg na MRPA. O sub-estudo 6: investigou 57.768 indivíduos da coorte 2 e mostrou aumento de HM, HMNC, HS e HSNC e redução da prevalência de NV, HC, HAB e HABNC ao se substituir os valores de anormalidade da MRPA de 135/85mmHg para 130/80mmHg, mantendo os valores de anormalidade da PA no consultório 140/90mmHg. Por fim, o sub-estudo 7: investigou toda a coorte 3 – mostrou que a hipertensão central isolada (PA: central ≥ 130/90mmHg e periférica < 140/90mmHg) é preditora de HM, enquanto a hipertensão periférica isolada (PA: central < 130/90mmHg e periférica ≥ 140/90mmHg) é preditora de HAB. Estes dados contribuem para um melhor entendimento do comportamento da PA fora do consultório e dos fenótipos de PA no Brasil e podem ser úteis para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o controle da PA no nosso país.