Avaliação de diferentes definições dos fenótipos de hipertensão em portadores de doença renal crônica: estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gonçalves, Alessandra Bonilha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/242997
Resumo: O objetivo do presente estudo foi comparar a acurácia de diferentes definições dos fenótipos de hipertensão em portadores de doença renal crônica não dialítica para predizer eventos adversos. Trata-se de coorte longitudinal de todos os pacientes com DRC que realizaram MAPA no período de abril de 2004 a fevereiro de 2012 no Serviço de MAPA da UNESP e seguidos até dezembro de 2021. Foi avaliado se a definição mais ampla e atual dos fenótipos de hipertensão (PA de consultório normal com PA em vigília ≥135x85 mmHg, ou PA em 24 h ≥130x80mmHg ou PA ao sono ≥ 120x70 mmHg para hipertensão mascarada ou vice-versa para Jaleco Branco) pode identificar com mais acurácia o risco de desfechos duros do que a definição tradicional desses fenótipos (PA de consultório normal com PA ≥ 135x85mmHg na MAPA em vigília para mascarada ou vice-versa para Jaleco Branco). Foram analisados os desfechos mortalidade por todas as causas, mortalidade de causa cardiovascular e evento renal (falência renal ou dobrar a creatinina). As curvas de sobrevivência foram comparadas pela análise de Cox. Foram analisados 367 pacientes, incluindo 161 homens (44%), com idade de 60 ± 16,0 anos. O tempo de seguimento foi de 1 a 199 meses e a mediana de 109 meses. Na análise univariada, o critério tradicional conseguiu discriminar a evolução para morte de causa cardiovascular entre hipertensão arterial mascarada não controlada e hipertensão arterial controlada, com Hazard Ratio (HR): 3,49 (IC 95%: 1,14 – 10,68; p=0,03). O critério tradicional conseguiu discriminar a evolução para evento renal entre hipertensão arterial do avental branco não controlada e hipertensão arterial sustentada não controlada, com HR: 0,30 (IC 95%: 0,11 – 0,82; p=0,02). As demais curvas de sobrevivência não apresentaram diferença estatística. Na análise múltipla com ajuste para diabetes e tabagismo, que foram as características clínicas mais relevantes que apresentaram desbalanço entre os grupos, o critério tradicional foi capaz de identificar os desfechos de mortalidade por todas as causas HR: 0,39 (IC95%: 0,17-0,90); p=0,03 e desfechos renais HR: 0,22 (IC95%: 0,07-0,70; p=0,01) entre hipertensão arterial do avental branco não controlada e hipertensão arterial sustentada não controlada. Portanto, de maneira geral, o critério tradicional teve uma performance melhor do que o critério atual para diferenciar os desfechos dos diferentes fenótipos de hipertensão nos portadores de DRC não dialíticos.