Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Keilla Maria Paz e |
Orientador(a): |
MELO-JÚNIOR, Mario Ribeiro de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Aplicada a Saude
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34203
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Resumo: |
As doenças causadas por arbovírus geralmente ocorrem de maneira epidêmica e são semelhantes em sua expressão clínica. Eles constituem uma síndrome que pode ser febril ou exantemática (por exemplo, dengue [DENV] e chikungunya [CHIKV] e Zika [ZIKV]) e ainda possuem uma potencial associação com a transmissão materno-fetal, gerando complicações fetais e neonatais. Esse trabalho objetivou avaliar o perfil epidemiológico de mulheres notificadas para DENV, CHIKV e ZIKV, bem como a ocorrência de anomalias congênitas no estado de Pernambuco entre 2015 e 2018, através dos sistemas de vigilância disponíveis. A consulta ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) resultou em 5.851 casos confirmados para os três arbovírus em mulheres, incluindo 1.190 para DENV e 1.484 para CHIKV em gestantes, além de 3.177 para ZIKV sem informações sobre o período gestacional. Nas infecções por DENV e CHIKV a faixa etária mais prevalente foi entre 20-29 anos (49,4% e 49,6%, respectivamente), contrastando com ZIKV cuja prevalência foi maior nas mulheres acima de 40 anos (36,4%). Como local de residência, a Região Metropolitana do Recife (RMR) abrangeu o maior número de casos confirmados. Não houve diferença estatisticamente significativa nas notificações para DENV e CHIKV em gestantes comparando com o período gestacional. Dados sobre escolaridade estavam incompletos. A consulta ao Registro de Eventos em Saúde Pública (RESP-Microcefalia) resultou em 454 casos confirmados de microcefalia. O maior percentual de casos de microcefalia (270, 59,5%) ocorreu no ano de 2015 e (404, 95,7%) foram detectados no terceiro trimestre gestacional. A consulta ao Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) resultou em 401.593 nascidos vivos, sendo que 1,1% possuíam algum tipo de anomalia congênita. As mais prevalentes foram no sistema osteoarticular (37,1%), nervoso (25%) e genital (10,5%). Observamos uma associação de anomalias congênitas com nascidos vivos prematuros (OR = 2,31; IC95% 2,16–2,48); idade materna superior a 40 anos (OR = 2,91; IC95% 2,51–3,37), gestações de gêmeos (OR = 1,61; IC95% 1,36–1,92), mulheres de etnia/cor preta (OR = 1,38; IC95% 1,22-1,57) e recém-nascidos do sexo feminino (OR = 0,80; IC95% 0,75-0,85). Quanto à completude das variáveis, houve uma baixa porcentagem de dados deixados em branco ou ignorados. Dada a importância de possíveis complicações causadas por arbovírus durante o período gestacional, sinalizamos a necessidade de fortalecer os sistemas de vigilância em saúde e sua capacidade de responder prontamente a novos surtos de agentes infecciosos emergentes. |