Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
ALMEIDA, Caio Américo Pereira de |
Orientador(a): |
NÓBREGA, Ranyére Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Geografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40447
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Resumo: |
A partir do século XXI, a população mundial tornou-se hegemonicamente urbana e muitos problemas relacionados às arboviroses nas cidades se aprofundaram. Nessa perspectiva, esta pesquisa teve como objetivo analisar a influência climática e a distribuição espaço-temporal dos casos das arboviroses dengue, zika e chikungunya relacionando-os com fatores socioambientais no espaço urbano do Recife. Como procedimento metodológico foi utilizado a incidência, a prevalência, os coeficientes de correlação (r) e de determinação (R²), a cartografia de síntese via álgebra de mapas e métodos de interpolação (Kernel e IDW) através de técnicas de geoprocessamento para a produção de mapas temáticos e análise geoespacial das arboviroses pesquisadas. Os dados das variáveis epidemiológicos (casos confirmados de dengue, zika e chikungunya entre 2016 e 2018) foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN), socioambientais a partir do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e climáticas (temperatura e precipitação) no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. A incidência das arboviroses no ano epidêmico (2016) foi maior nos bairros dos Distritos Sanitários (DS) I, II e VII, para os anos não epidêmicos (2017 e 2018) a maior incidência foi nos DS II, IV e VII, com exceção do DS I, esses DS concentram grande quantidade de residências precárias que estão na área de abrangência das Comunidades de Interesse Social (CIS) e Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS). Já o bairro de maior prevalência (300,8 casos/1.000 hab.) foi registrada no bairro Santo Antônio no DS I. As variáveis socioambientais que apresentaram os valores mais significativos da correlação foram: a) domicílio particular sem rede de esgoto ou fossa séptica e b) número de moradores por domicílio particular – essa também apresentou o R² mais relevante. O mapa de mais vulnerabilidade socioambiental às arboviroses apontou que os lugares mais susceptíveis à ocorrência dessas doenças estão nos DS II, VII e VIII que representam as regiões com maior concentração e abrangência de aglomerados residenciais precários que estão do lado oposto da promoção à saúde, sendo os bairros Guabiraba, Dois Irmãos, Peixinhos, Pau Ferro e Passarinho os mais vulneráveis. Já o estimador Kernel, indicou os bairros Água Fria, Bomba do Hemérito, Mangabeira, Alto José do Pinho e Alto Sta. Terezinha como os locais de maiores concentrações de casos de dengue, chikungunya por km² em toda área de estudo. Em relação à influência climática na ocorrência dessas doenças, os maiores registros das arboviroses (68,7%) foram no período entre janeiro e abril que teve as maiores temperaturas (acima de 27 ºC) e concentrou 38,5% da precipitação média total com atuação, principalmente, da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN). As áreas de maiores distribuições do acúmulo pluviométrico foram os DS I, III, IV e VIII e as áreas de maior concentração de casos das doenças foi o DS IV, com destaque para o bairro Várzea, localizado nesse Distrito Sanitário, que concentrou a maior quantidade de casos (2.119). Nessa conjuntura, a disseminação das doenças dengue, zika e chikungunya se mostrou mais suscetível nos bairros concentradores de pessoas de baixa renda com forte adensamento populacional e péssimas condições de saneamento básico. |