Respostas funcionais de assembléias de árvores a gradientes biogeográficos, climáticos e de uso-do-solo em florestas neotropicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: PINHO, Bruno Ximenes
Orientador(a): MELO, Felipe Pimentel Lopes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35817
Resumo: Florestas tropicais desempenham um papel prominente na retenção de biodiversidade e provisão de bens e serviços ecossistêmicos em escala local a global, mas são crescentemente ameaçadas pela expansão de paisagens antrópicas. Para agirmos de forma eficiente em direção a “paisagens antrópicas amigáveis à biodiversidade”, nós carecemos de comparações entre biotas tropicais, para identificar a trajetória e a magnitude das mudanças, bem como as forças condicionantes. Caracteres morfo-fisiológicos adaptativos (i.e., atributos funcionais) refletem como plantas respondem a mudanças ambientais, e seus potenciais efeitos sobre processos ecossistêmicos. Em contraponto a abordagens taxonômicas tradicionais na ecologia, abordagens funcionais permitem elucidar mecanismos subjacentes a mudanças vegetacionais e gerar modelos preditivos de respostas de comunidades e ecossistemas a potenciais mudanças ambientais. Nesta perspectiva, eu exploro neste estudo, a partir de uma ampla base de dados de abundância e atributos funcionais de espécies, como o perfil funcional de assembleias de árvores em florestas neotropicais, no Brasil e no México, muda em diferentes escalas espaciais em resposta a gradientes latitudinais, fatores ambientais (e.g. climáticos) e perturbações antrópicas, agudas ou crônicas. Os resultados sugerem que (1) florestas neotropicais úmidas são substancialmente distintas funcionalmente em escala regional, sendo as florestas mais ao norte dominadas por espécies com atributos mais aquisitivos, o que em grande parte é explicado por variações climáticas; (2) Apesar das diferenças regionais, em escala de paisagem estas florestas se reorganizam em função da perda de habitat com a intensificação de uso-do-solo, tendendo a convergir para uma composição funcional típica de estágios sucessionais iniciais, embora com grande variação em termos de magnitude e escalas dos efeitos; (3) em florestas secas, a interação entre gradientes de precipitação e fertilidade de solos determina o sucesso de espécies de acordo com combinações específicas de atributos, enquanto que perturbações antrópicas crônicas parecem ter importância secundária na organização funcional de comunidades; e (4) grandes árvores emergentes em florestas tropicais úmidas desempenham funções desproporcionais e insubstituíveis no suporte a biodiversidade e provisão de serviços ambientais, mas são particularmente ameaçadas por processos que operam em escala local (e.g. extração madeireira), regional (e.g. perda e fragmentação florestal) e global (mudanças climáticas).