Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
COSTA, Gerciane Dias Araújo da |
Orientador(a): |
GOMES, Adriana de Oliveira Camargo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Saude da Comunicacao Humana
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46032
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Resumo: |
Os casos críticos de COVID-19 são admitidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), podendo desenvolver a síndrome respiratória aguda grave, que por sua vez pode gerar um quadro de pneumonia extremamente preocupante. Por ter características muito específicas e de difícil manejo, na maioria dos casos, há necessidade de intubação orotraqueal prolongada (IOTp), podendo evoluir com comprometimentos inerentes ao suporte ventilatório e imobilização prolongada, como: função pulmonar comprometida, fraqueza muscular e transtornos na voz e na deglutição. O objetivo desta dissertação foi analisar as implicações da condição clínica do paciente crítico acometido pela COVID-19 e submetido à IOTp sobre a deglutição, a voz e os resultados da intervenção Fonoaudiológica para retirada de via alternativa de alimentação. O estudo tem caráter retrospectivo de corte transversal, com amostra composta por 103 indivíduos, que foram submetidos a IOTp, avaliados e acompanhados pelo serviço de fonoaudiologia na beira do leito, internados na UTI. A coleta foi realizada a partir das análises dos prontuários fonoaudiológicos, referentes à avaliação miofuncional orofacial, funcional da deglutição, utilizando o julgamento clínico do Protocolo de Risco para Disfagia – PARD, com o escore do nível funcional da deglutição mensurado pela escala American Speech-Language-Hearing Association National Outcome Measurement System e dados do acompanhamento fonoaudiológico até o desmame da via alternativa de alimentação. Dos prontuários médicos e fisioterapêuticos foram extraídos os dados relacionados a parâmetros da condição clínica, e os escores do Sequential Organ Failure Assessment e Medical Ressearch Council, durante o período de março de 2020 a janeiro de 2021, ocasião da primeira onda pandêmica. Os dados coletados foram analisados por meio do software Statistical Package for Social Sciences - SPSS, versão 21.0, considerando-se o nível de significância a 5%. Os resultados deste estudo revelaram alterações vocais e de deglutição na maioria dos participantes. As associações entre condição clínica, loudness vocal e deglutição evidenciaram que: uso de bloqueadores neuromusculares, presença de fraqueza muscular, deterioração clínica e presença de duas ou mais comorbidades, são associadas estatisticamente à alteração de deglutição e redução da loudness vocal. O uso de bloqueador neuromuscular e corticoide, presença de fraqueza muscular, disfunção clínica mensurada pelo SOFA e sexo masculino, estão associados ao aumento de risco de desenvolver alterações nas funções de voz e deglutição, podendo interferir no número de sessões fonoaudiológica para desmame de via alternativa de alimentação e/ou na conduta fonoaudiológica inicial adotada no acompanhamento de indivíduos acometidos por essa doença. Portanto, conclui-se que a condição clínica do indivíduo com COVID-19, submetido à IOTp pode levar a alterações da voz e deglutição, quanto mais comprometida estiver a condição clínica desses indivíduos, maiores serão os comprometimentos vocais e de deglutição, impactando também no tempo de desmame de via alternativa de alimentação. Destaca-se que tais alterações podem ser restabelecidas com segurança, mediante acompanhamento fonoaudiológico, após a extubação orotraqueal prolongada decorrente a COVID-19. |