Climatologia como ferramenta de planejamento agrário na bacia hidrográfica do Rio Taperoá

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: WANDERLEY, Lucas Suassuna de Albuquerque
Orientador(a): NÓBREGA, Ranyére Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17804
Resumo: O clima semiárido do Nordeste Brasileiro representa um desafio para o adequamento das atividades agropecuárias, pois a irregularidade das chuvas associada a um planejamento ineficiente gera vulnerabilidades socioambientais crônicas. Por esta razão, o presente estudo procurou investigar a relação entre a dinâmica climática e os manejos agrários no ambiente semiárido da Bacia Hidrográfica do Rio Taperoá, localizada no centro do estado da Paraíba. Objetivou-se, a partir das relações investigadas, fornecer ferramentas para o planejamento de políticas territoriais de convivência com clima semiárido. Em um primeiro momento, foi realizada uma análise dos centros de ação atmosféricos responsáveis pela escala primária de circulação e produtores dos tipos de tempo sobre a área de estudo. Também foram estudadas as interações da grande escala de circulação atmosférica com as características geográficas locais, responsáveis pelas diferenciações climáticas em escala secundária. Em uma segunda etapa do trabalho procurou-se relacionar dados de produção agropecuária aos de chuva. As correlações lineares de Pearson demonstraram fracas relações da precipitação com o número anual de cabeças de gado e relações mais fortes com dados anuais de produção das lavouras temporárias (milho e feijão), especialmente no setor oriental da bacia. Diante desse fato, foi investigado o suprimento de água das culturas agrícolas de milho e feijão através da relação entre os dados de evapotranspiração mensal dessas plantas e de precipitação. Como complemento a essa abordagem metodológica, a partir de balanços hídricos climáticos e dos cultivos, foi estimada a disponibilidade de água no solo e para cultivo de milho, feijão, Capim Buffel e palma. O milho e o feijão se mostram bastantes vulneráveis à variabilidade pluviométrica na bacia hidrográfica estudada, enquanto o Capim Buffel e palma se mostraram mais eficientes no aproveitamento da água disponível. Na terceira etapa do trabalho procurouse investigar as adaptações técnicas de duas fazendas, localizadas no alto curso Rio Taperoá, à sazonalidade da chuva durante os anos de 2013 e 2014. Apesar das dificuldades observadas, essas fazendas mantiveram-se produzindo em um período de seca intensa por utilizarem elementos biológicos adaptados, e por desenvolverem tecnologias de planejamento que possibilitaram melhor convívio com a variabilidade da chuva. Os resultados encontrados corroboram a necessidade de um planejamento agrário que considere o ritmo e dinâmica climática, sendo capaz de conservar e promover manejos da terra que valorizem os recursos socioambientais locais.