Infecção filarial e alergia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: SANTOS, Ana Maria Aguiar dos
Orientador(a): SARINHO, Emanuel Sávio Cavalcanti
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12966
Resumo: A prevalência de infecções helmínticas parasitárias tem declinado em países industrializados e, por outro lado, nas últimas duas a três décadas tem-se observado um significativo aumento na prevalência de doenças auto-imunes e alérgicas nessas regiões. Essas observações despertaram um crescente interesse no estudo da relação entre parasitoses e alergia com base na hipótese de que os helmintos possam causar proteção no desenvolvimento de doenças alérgicas. Contudo, a relação entre doenças parasitárias e alérgicas permanece incerta. Assim sendo, esse trabalho se propôs a investigar, em crianças e adolescentes com filariose bancroftiana residentes na Região Metropolitana do Recife-PE, Brasil, se o comportamento de imunomodulação descrito em indivíduos com infecção filarial pode modificar a resposta alérgica bem como o padrão de produção de citocinas frente à estimulação com antígenos aeroalérgenos e mitógenos. O trabalho foi dividido em três estudos. O primeiro, sob o título “Resposta Imune na filariose bancroftiana e sua repercussão na resposta alérgica” consiste em uma revisão bibliográfica acerca do comportamento da resposta imunológica na filariose linfática, especialmente sobre a capacidade do parasito em modular o sistema imune do hospedeiro, tornando-o tolerante por longo tempo. O trabalho concluiu que seja possível a associação negativa entre a infecção filarial e a resposta aos aeroalérgenos e que esse comportamento possa trazer repercussões futuras com o controle da transmissão obtido através do tratamento em massa. O segundo foi intitulado “Avaliação epidemiológica de doenças negligenciadas em crianças e adolescentes no nordeste do Brasil: filariose linfática e parasitoses intestinais”. Trata-se de um estudo transversal, com 159 infantes na faixa etária de 5 a 18 anos, alunos de escolas públicas municipais, que avaliou a prevalência de infecção filarial e de parasitoses intestinais em escolares numa área endêmica de filariose e refletiu sobre a opção terapêutica utilizada no Brasil no tratamento coletivo para filariose. Ante a prevalência de 13,8% de filariose e 64,2% de parasitoses intestinais, corrobora-se a recomendação da Organização Mundial da Saúde de adição do albendazol ao tratamento da filaríase linfática. O terceiro, sob o título “Resposta alérgica na infecção filarial bancroftiana em crianças e adolescentes”, analisou a hipersensibilidade imediata na infecção filarial. Foram estudados 60 indivíduos, entre crianças e adolescentes, alocadas nos seguintes grupos: I- com infecção filarial e sem doença alérgica; II- sem infecção filarial e com doença alérgica e III- sem infecção filarial e sem doença alérgica. Realizou-se a contagem de eosinófilos e IgE total, além de testes cutâneos de hipersensibilidade imediata para antígenos padronizados de ácaros, fungos, baratas e pelos de gato e cão, bem como dosagem séricas das citocinas IL-4 e IL-5. A avaliação da resposta humoral e celular no grupo com filariose linfática foi semelhante aos outros grupos do estudo. A baixa carga de microfilaremia e a semelhança da origem dos indivíduos de todos os grupos, com provável exposição prévia a outras infecções parasitárias, pode ter colaborado pela uniformidade de resposta imune entre os grupos. Identifica-se a necessidade do estudo de outras citocinas (IL-10, IFN-γ e TGF-β) para a melhor compreensão do fenômeno.