Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
MELO, Paula Fernanda Alcântara de Souza |
Orientador(a): |
MACIEL, Maria Amélia Vieira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30995
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Resumo: |
A OMS considerou em 1997 a Filariose Linfática (FL) como uma doença potencialmente eliminável, lançando no ano 2000 o Plano Global de Eliminação da FL. Desde o início do PGEFL muitos avanços já foram alcançados. No entanto, novas demandas, como por exemplo o desenvolvimento de ferramentas diagnósticas que sejam mais sensíveis e específicas para avaliar o impacto das ações sobre o controle e eliminação da parasitose, surgem como uma prioridade. Nos últimos anos, o diagnóstico da FL foi aperfeiçoado com as pesquisas de anticorpos utilizando antígenos recombinantes, aumentando a sensibilidade e a especificidade dos ensaios. Estes testes vêm sendo sugeridos como marcadores para monitoramento e vigilância da FL. Sendo assim, utilizamos o ensaio imunoenzimático (Filaria Detectᵀᴹ IgG4 ELISA System “Wb123”), produzido a partir de um antígeno recombinante de larva infectante (L₃) de Wuchereria bancrofti - Wb123 , para avaliar o comportamento de anticorpos antifilariais, juntamente com outros marcadores de diagnóstico da infecção filarial, em indivíduos microfilarêmicos, residentes em área endêmica submetidos ao tratamento em massa. Segundo recomendações do fabricante do ELISA-Wb123, é preciso que seja estabelecido previamente o ponto de corte ideal para cada região geográfica onde o teste será realizado. Assim, a princípio, foi realizado um estudo de avaliação de teste diagnóstico, onde a Curva ROC foi construída com amostras sorológicas brasileiras de infectados e não infectados por W. bancrofti, oriundas do banco de amostras biológicas do SRNF. O resultado evidenciou o melhor ponto de corte, da Densidade Ótica (DO) do Wb123, em 0,239DO, permitindo a discriminação de positivos e negativos. Em seguida, após definição do ponto de corte, para avaliar o comportamento dos marcadores, foi realizado um estudo de seguimento, envolvendo 63 indivíduos microfilarêmicos submetidos à AMM, residentes na RMR, Pernambuco – Brasil. Estes indivíduos foram selecionados a partir de inquéritos parasitológicos, realizados antes do início da AMM (pré-AMM) e acompanhados por cinco anos consecutivos pelo SRNF. Este grupo apresentou média de aproximadamente 201 microfilárias/mL de sangue, variando de 1 a 1834 na pré-AMM. Para o antígeno, pode-se observar uma positividade de 100% com uma média de 9.025UA. Com relação aos anticorpos, foi identificada uma positividade de 82,5% (52/63), com uma DO média de 2,6 e 95,2% (60/63) com uma DO média de 1,78, para o Wb123 e Bm14, respectivamente. Após cinco rounds de AMM, não foram identificados indivíduos microfilarêmicos e os níveis de antígeno e Wb123 reduziram 88,1% e 65,8, respectivamente (p<0,05). A análise do comportamento da microfilaremia, da antigenemia e dos anticorpos permitiu identificar que os quatro marcadores apresentaram perfil decrescente ao longo do tempo. No entanto, para os anticorpos anti-Bm14, este perfil de foi lento e sem diferença significativa no final da AMM. O ponto de corte de 0,239DO, para o Wb123, foi capaz de determinar com segurança infectados e não infectados nas amostras sorológicas do Brasil. Embora tenha havido redução, a persistência dos anticorpos anti-Wb123 após cinco anos de tratamento, revela a necessidade de um período maior de acompanhamento, para melhor compreensão e definição da sua contribuição para os programas de eliminação da FL. |