Distribuição e abundância de Stegastes fuscus (Pomacentridae; Actinopterygii) e sua relação com o substrato no litoral sul de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: VARES, Leonor Garcia
Orientador(a): ARAÚJO, Maria Elisabeth de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15051
Resumo: Os peixes herbívoros apresentam elevada densidade em ambientes recifais, exercendo uma grande influência sobre a diversidade, abundância e distribuição de algas no ecossistema. Devido ao sucesso adaptativo obtido através da herbivoria e do seu comportamento territorialista, o gênero Stegastes, particularmente a espécie S. fuscus (Cuvier, 1830) é bastante representativa e característica desses ambientes. Este estudo teve como objetivo avaliar a distribuição e abundância desta espécie e sua relação com o substrato no litoral sul de Pernambuco. Foram selecionados 9 pontos amostrais nos recifes costeiros de Porto de Galinhas, Serrambi e São José da Coroa Grande, sendo 3 pontos em cada praia. A caracterização de cada ponto teve como base as medidas de profundidade, grau de abertura, rugosidade do substrato, e distância da linha praial. As coletas de dados foram efetuadas de jan/12 a fev/13 e as amostragens de peixes e algas foram realizadas mensalmente (um ponto amostral de cada praia). Para a amostragem de S. fuscus foram posicionados transectos de faixa (20m) para realização do censo visual, 4 na crista recifal e 4 no fundo. Para quantificar a cobertura de macroalgas, em cada transecto de crista foram efetuadas 4 fotografias de amostradores quadrados (20x20cm), que posteriormente foram analisadas através do software opensource CPCe. Os itens utilizados foram: algas (folhosas, filamentosas, calcárias e turf), cnidários (coral branqueado, coral coberto por algas, Siderastrea stellata e Favia gravida, Palythoa sp., Protopalythoa sp. e Zoanthus sp.), esponjas, ouriços e tocas; sendo as macroalgas identificadas a nível de gênero, sempre que possível. As relações da abundância de S. fuscus com as comunidades de macroalgas e as características estruturais dos pontos foram investigadas por meio de Modelos Generalizados Lineares (GLM), e as análises estatísticas efetuadas utilizando-se o software opensource R Core Team (2014). A profundidade média variou entre as praias, sendo os pontos mais profundos encontrados em São José da Coroa Grande e os mais rasos em Serrambi. A maioria dos pontos amostrados foi categorizada como semi-fechado, os pontos mais distantes da linha praial observados em São José da Coroa Grande e os mais próximos em Porto de Galinhas. A composição da cobertura do substrato foi semelhante nas três praias, com dominância de Jania spp. e turf, seguidas de filamentosas rígidas, Halimeda spp. e filamentosas delicadas. Algas folhosas e calcárias crostosas, e tocas, apresentaram valores muito baixos nas coberturas. A população de S. fuscus está concentrada na crista recifal e sua abundância não apresentou uma tendência sazonal. Porto de Galinhas teve a maior variabilidade nos dados de peixes e as maiores abundâncias, e em Serrambi os pontos amostrais foram os mais parecidos por praia. Considerando as variáveis significativas de cobertura do substrato e características estruturais do ambiente, o modelo final gerado (GLM) explicou 53,6% da variação na abundância de Stegastes fuscus. A distribuição de S. fuscus apresentou-se negativamente relacionada com as algas turf e Halimeda, com maiores abundâncias em locais com menores percentuais de cobertura de ambas, indicando correlação negativa entre eles, e remoção de turf por herbivoria. Além do efeito direto, a interação entre variáveis explicativas foi importante para explicar a abundância dos peixes.