Prevalência e fatores associados à interrupção do aleitamento materno e excesso de peso em lactentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: RAMALHO, Mariana Oliveira de Alencar
Orientador(a): LIRA, Pedro Israel Cabral de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40239
Resumo: Apesar das vantagens do aleitamento materno e dos prejuízos causados pelo desmame precoce, a taxa de amamentação exclusiva e duração da mediana de aleitamento materno no Brasil demonstram que a sua prevalência se encontra aquém do esperado. O objetivo desta tese é analisar a prevalência e os fatores associados à interrupção do aleitamento materno e sua influência sobre o excesso de peso em menores de 24 meses residentes em Pernambuco em 2006 e 2015- 2016. Trata-se de um estudo transversal analítico sobre as prevalências e fatores associados à interrupção do aleitamento materno e excesso de peso em lactentes. A amostra consistiu em menores de 24 meses, cujas mães e/ou responsáveis foram entrevistadas em seus domicílios nas III e IV Pesquisa Estadual de Saúde, em 18 e 13 municípios, respectivamente. Utilizou-se um instrumento de pesquisas estaduais anteriores, adaptado para o recorte mais recente e a aferição de dados antropométricos. Para a análise dos dados foram construídos dois modelos conceituais que guiaram a análise multivariada, na qual empregou-se a análise de regressão de Poisson com ajuste robusto de Wald, através da modelagem por blocos. O total de lactentes que integraram o estudo foi de 626 em 2006 e 358 em 2015-2016. A prevalência da interrupção do aleitamento materno exclusivo em menores de seis meses variou de 79% em 2006 para 76,2% em 2015-2016. No primeiro recorte temporal estavam associados ao desfecho: faixa etária materna 15 a 20 anos; não realização de pré-natal; não orientação sobre aleitamento materno no pré-natal. Em 2015-2016: idade da criança entre 3 a 6 meses e uso atual ou pregresso de chupeta. O aleitamento materno em crianças entre 6 e 24 meses variou de 63% para 61,7% em 2006 e 2015-2016,respectivamente. Os fatores associados a esse desfecho em 2006 foram: renda familiar maior ou igual a um salário mínimo; não realização de pré-natal; idade da criança entre 19 e 24 meses. Para 2015-2016 foram: família de classe D ou E; mães que trabalhavam; de cor preta ou parda ou amarela ou indígena;não realização de consulta puerperal; criança entre 19 e 24 meses de idade e o uso atual ou pregresso de chupeta. Houve aumento no excesso de peso em menores de 2 anos segundo o IMC/idade, em 2006 foi de 9,5% e 14,2% em 2015-2016. Os fatores associados ao excesso de peso em 2006 foram: mãe não trabalhar; com idade entre 15 e 24 anos e mais de três filhos; parto cesariano e interrupção precoce do aleitamento materno. Para 2015-2016 foram associados ao desfecho: idade materna entre 25 a 47 anos; IMC materno acima de 25 kg/m², bebê do sexo masculino e idade entre 12 a 24 meses. Apesar das mudanças nos fatores associados, que podem ser o reflexo das transformações das condições de vida e saúde na última década, a alta prevalência de desmame e excesso de peso antes do segundo ano de vida sinaliza a necessidade de políticas de intervenções específicas para a população materno infantil.