Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
da Conceição Ribes Amorim Bezerra Brandão, Virgínia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7054
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Resumo: |
A infecção genital pelo Papilomavírus Humano (HPV) é uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais freqüentes e o principal fator etiológico do câncer cervical. Capaz de desenvolver Lesões Intra-epiteliais Cervicais (LIE), precursoras do câncer cervical, o HPV é mais diagnosticado em mulheres portadoras do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). O objetivo deste estudo foi avaliar, por meio de técnicas de biologia molecular, a freqüência da infecção pelo HPV, em mulheres imunodeprimidas, gestantes e não-gestantes HIV-positivas. O método consistiu em estudo, de caráter analítico, de um total de 147 mulheres, sendo 51 gestantes HIV-soropositivas, 51 mulheres HIV-positivas não-gestantes e 45 mulheres gestantes HIV-negativas, todas atendidas em maternidade pública de referência para acompanhamento de pacientes infectadas pelo HIV/AIDS e recrutadas entre abril de 2006 e maio de 2007. Elas responderam a questionário estruturado e submeteram-se a coleta endocervical para pesquisa de HPV por métodos moleculares (PCR e CH II) e métodos morfológicos (citologia e colposcopia com biópsia dirigida, quando necessária). As pacientes soropositivas tiveram registradas carga viral e contagem de células TCD4, mediante consultas aos respectivos prontuários. Dentre os resultados obtidos, vale ressaltar os seguintes: o DNA-HPV foi detectado em 122 mulheres (85,3%) de um total de 143, com elevada proporção de tipos de alto risco para câncer; no grupo das gestantes HIV-positivas, a prevalência alcançou 96,0 % (48/50), sendo 68,8% de alto risco (33/48 casos); os HPV-16, 58, 18, 66 e 31 foram os mais freqüentes; a concordância dos métodos moleculares (PCR e CH II) foi fraca (Kappa=0,119, p=0,031); as alterações colpocitológicas foram identificadas em 18 não-gestantes HIV-positivas (35,3%), em 11 gestantes soropositivas (21,6%), com predomínio de lesões de baixo grau; as chances de LIE estão associadas a tabagismo (OR=2,78 IC95% 1,14-6,77), outras drogas fumadas (OR=2,96 IC95% 1,09-8,05) e níveis de CD4 ≤ 200 células/mm³, no grupo de mulheres HIV-positivas; no grupo de gestantes, tabagismo (OR=3,70 IC95% 1,25-10,9), outras drogas fumadas (OR=4,24 IC95% 1,26-14,2), baixa renda familiar (OR=3,36 IC95% 1,11-10,2) e número de parceiros sexuais (OR=3,10 IC95% 0,87-10,9). Entre as gestantes HIV positivas a infecção por Chlmydia trachomatis foi 4 vezes mais freqüente (17,6%). O estudo permitiu concluir que a alta prevalência de infecção pelo HPV, especialmente pelos tipos de alto risco 16, 58, 18 e 66, identificados, por vezes, em infecções múltiplas, destaca essa população como de risco elevado para câncer cervical. Os resultados demonstram características particulares da infecção pelo HPV, em mulheres HIV- positivas da região Nordeste do Brasil e apontam para a necessidade de avaliação ginecológica e de colpocitologia oncótica periódica, visando à detecção precoce das neoplasias cervicais |