Fatores de risco para lesões intra epiteliais cervicais de alto grau e câncer cervical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Pereira, Claudia Regina Neto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/4686
Resumo: Embora largamente estudados, os fatores de risco na progressão ao câncer cervical não estão bem esclarecidos. Para investigá-los, estudamos uma população feminina selecionada por citologias cervicais prévias alteradas. Realizamos um estudo de corte transversal de caso de controle em pacientes encaminhadas ao serviço de Patologia Cervical do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) no período de junho de 2000 a março de 2005. Foram considerados como controles as pacientes com citologia normal ou padrão inflamatório., lesão por HPV, ASCUS e LSIL (NIC I) e considerados como casos, as pacientes com HSIL (NIC II, III ca in situ) ou carcinoma invasor. Esfregaços cervicais foram coletados das pacientes e processados para extração do DNA por fenol clorofórmio álcool isoamílico. A detecção e a tipificação do DNA viral foram realizadas pela técnica da reação da cadeia da polimerase (PCR) com amplificação com os oligonucleotídeos iniciadores genéricos My09 /My11 e tipadas para HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 35 e 58 com oligonucleotídeos tipo-específicos. A amostra continha 84 casos e 117 controles e era composta em sua maioria por mulheres de mais de 30 anos, não brancas, baixa renda familiar, baixa escolaridade, com parceiro estável e mais de um parceiro sexual durante a vida, com até 2 filhos, sexarca até 17 anos e com história familiar de neoplasia. A prevalência de infecção por HPV foi de 75,6%. Os tipos de HPV de alto risco foram responsáveis por 84,4% das infecções tipadas, sendo o HPV 16 (53,3%) o mais prevalente. Entre as amostras positivas para HPV, 11,2% foram consideradas como de tipo indeterminado, fato este que deve ser considerado na produção de vacinas anti-HPV. Como fatores de risco independentes para o câncer cervical encontramos alto índice de infecção por tipos oncogênicos de HPV, baixa escolaridade, tabagismo, paridade e história familiar de neoplasia. Observamos uma interação entre HPV de alto risco e idade acima de 30 anos, que sugere fortemente presença de infecções virais persistentes. Na estratificação por idade, HPV de alto risco (p<0,001) e escolaridade (p=0,015) foram fatores significativos para a progressão de lesões, seguido do tabagismo (p=0,029) em mulheres mais velhas. Na evolução de HSIL o câncer cervical, a idade foi o fator principal (p=0,002) com chances que aumentam 9% a cada ano de vida. A cor não branca e a baixa escolaridade forem fatores que afetaram a progressão a câncer nas mulheres estudadas (0,056 a 0,067). Observamos que as características da população feminina atendida pelo SUS são, em grande parte, os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer cervical