Estudo fitoquímico e antimicrobiano da casca do caule de Hymenaea stigonocarpa mart. Ex. Hayne (jatobá)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: DIMECH, Gustavo Santiago
Orientador(a): XIMENES, Eulália C. P.de A.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/22219
Resumo: A rápida disseminação dos micro-organismos multidroga resistentes induz a pesquisa por novos agentes antimicrobianos mais ativos e menos tóxicos. Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (Fabaceae) é uma planta medicinal de principal ocorrência no cerrado brasileiro e conhecida popularmente como "Jatobá-do-cerrado". As cascas do seu caule são amplamente utilizadas em infusão ou decocção para tratar dor de estômago, asma, bronquite, úlceras, diarréia, gripe e tosse. Entretanto estudos fitoquímicos e antimicrobianos ainda não são escassos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antimicrobiana de diferentes extratos da casca do caule de Hymenaea stigonocarpa através da determinação da concentração inibitória mínima e bactericida mínima, realizar a caracterização botânica e fitoquímica por cromatografia de camada delgada e cromatografia líquida de alta eficiência e determinar as concentrações dos metabólitos secundários responsáveis pela sua atividade e sua atividade frente a diferentes espécies de Candida. Além disso, foi parte deste estudo a avaliação da interação entre o extrato hidroalcoólico de Hymenaea stigonocarpa e agentes antimicrobianos de diferentes classes químicas, a determinação das alterações ultraestruturais decorrentes da ação deste extrato em associação, bem como a caracterização físico-química das cascas do caule após coleta, secagem e trituração. Este trabalho também avaliou a influência do método de extração sobre as seguintes variáveis: resíduo seco, atividade antbacteriana e concentração de taninos. Staphylococcus aureus mostrou ser o micro-organismo mais sensível a ação dos extratos. Também foi observada uma forte atividade frentes as espécies Candida krusei e Candida glabrata e uma atividade moderada frente as bactérias Gram negativas. A análise ultraestrutural deste micro-organismo, demonstrou alterações na parede celular, bem como no citoplasma decorrentes da ação do extrato hidroalcoólico. A associação com agentes antimicrobianos resultou na maior parte das vezes em um efeito sinérgico, revertendo a multirresistência de algumas cepas de Staphylococcus aureus meticilina resistentes. O métodos de extração não influênciaram a concentração final de taninos, assim como a atividade antibacteriana. Entretanto houve diferenças quanto ao resíduo seco, sendo esta a variavel utilizada para classificar a maceração dinâmica como o método mais eficaz. Quanto a presença flavonóides, após fracionamento e análise por cromatografia líquida ultra rápida acoplada ao espectrômetro de massas, fortes evidências indicam a presença de engeletina, taxifolina, astilbina e um diasteroisômero da astilbina. Assim concluimos que o extrato hidroalcoólico da casca do caule de Hymenaea stigonocarpa tem atividade antimicrobiana sendo mais ativo frente a Staphylococcus aureus, como também a cepas de Candida krusei e Candida glabrata. O modo de extração mais eficiente é a maceração dinâmica e a associação do extrato com antibióticos de referência leva a potencialização do efeito destes.