Análise das interações entre variabilidade climática e cobertura da terra no regime hidrológico da Bacia Hidrográfica Interestadual do Rio Mundaú (Pernambuco/Alagoas)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SILVA, Suzana de Araújo
Orientador(a): CANDEIAS, Ana Lúcia Bezerra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente - Doutorado Nacional em Rede
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38160
Resumo: A Bacia Hidrográfica do Rio Mundaú (BHRM) é muito importante para os estados de Pernambuco e Alagoas no Nordeste do Brasil, através dos seus 33 municípios, inseridos total ou parcialmente na bacia. Essa bacia tem apresentado diversos problemas como estiagens severas e cheias desastrosas. Esse trabalho objetivou analisar de forma integrada aspectos climáticos, de cobertura da terra, do regime hidrológico, do crescimento populacional, de degradação ambiental, das principais enchentes e dos principais usos da água dessa bacia, para compreender de que modo uns impactam nos outros e o que pode ser feito para um melhor gerenciamento dos recursos naturais da mesma. Para alcançar tais objetivos utilizou-se dados de diversas instituições, como ANA, APAC, INMET, SEMARH, IBGE, INPE, entre outras. Também foram utilizados documentos históricos de diversos jornais, blogs e sites, onde constam os discursos políticos diante de eventos catastróficos da bacia ao longo dos anos e como funciona a indústria das enchentes na mesma. Para manusear os dados, realizar as análises e chegar aos resultados foram utilizados alguns métodos como: Índice de Anomalia da Chuva (IAC) e Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI), além de técnicas estatísticas para análise de séries históricas e construção de gráficos que melhor pudessem expor os resultados, correlacionando-os. Alguns softwares também foram utilizados no processamento de dados, correções de imagens de satélites e construção de mapas diversos como: ArcGIS 10.4; Hidro 1.3; QGIS 2.4.0 e Excel. Foi verificado que a precipitação da bacia aumentou levemente ao longo dos 31 anos analisados, entre 1986 e 2016, porém não teve relação direta com o El-Niño Oscilação Sul (ENOS) nem com a Oscilação Decadal do Pacífico (ODP). O regime hidrológico da bacia apresentou boa correlação com a precipitação da mesma. A área com vegetação, detectada por sensoriamento remoto na bacia, para os anos de 1987, 2001 e 2011 ficou em torno de 53,3% com tendência de redução. Para resolver tais problemas, as medidas adotadas pelo poder público, tem sido medidas emergenciais e remediativas que oneram amplamente os cofres públicos e mantém em vulnerabilidade a população atingida já que não há planejamento de curto, médio e/ou longo prazo para resolvê-los de forma efetiva. Os maiores reservatórios de abastecimento da BHRM, correm risco iminente de eutrofização. Houveram algumas tentativas de criação do comitê, porém, as oscilações, instabilidades, alternâncias e desinteresses da maioria dos gestores políticos em âmbito municipal, estadual e federal tem afetado de forma negativa a criação e consolidação do mesmo, assim como a ausência nas reuniões de usuários de água da bacia. Caso medidas preventivas não sejam tomadas, a BHRM continuará vulnerável, podendo servir novamente de cenário de destruição material e de vidas humanas. Espera-se que esse trabalho contribua de maneira profícua para uma melhor compreensão do sistema ambiental da BHRM, para um melhor gerenciamento dos recursos naturais e sobretudo uma melhor qualidade de vida da população que dessa bacia depende para viver e se desenvolver.