Influência dos eventos extremos da precipitação e das mudanças climáticas no padrão hidroclimático da bacia hidrográfica do Rio Mundaú e a vulnerabilidade da população

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: LIMA, Mariana Caroline Gomes de
Orientador(a): SOUZA, Werônica Meira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33502
Resumo: O presente trabalho objetivou avaliar a influência dos eventos extremos da precipitação pluviométrica e das mudanças climáticas no padrão hidroclimático, assim como os impactos socioambientais decorrentes dos desastres associados aos eventos extremos (secas e chuvas intensas) na bacia hidrográfica do rio Mundaú. Para realização do projeto foram utilizados dados de precipitação pluviométrica diária de 01 de janeiro de 1961 a 31 de dezembro de 2017 de 36 estações pluviométricas na bacia do rio Mundaú obtidos na Agência Pernambucana de Águas e Clima, dados de desastres (secas, estiagens, inundações, alagamentos, óbitos, entre outros) do Ministério da Integração Nacional, cenários climáticos para os anos 2025 e 2055 no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, e dados socioambientais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os métodos basearam-se no software Climap 3.0, técnica dos quantis, modelo regional Eta, mapeamento dos índices de risco a desastres e de vulnerabilidade da população. Constatou-se tendência de diminuição da precipitação pluviométrica em praticamente todos os municípios da bacia do rio Mundaú, cujos totais anuais da precipitação e desvios padronizados evidenciaram diminuição de anos com chuvas acima da média a partir do final da década de 80, indicando aumento da frequência de anos mais secos na região em relação aos anos chuvosos. Por outro lado, verificou-se tendência positiva de eventos extremos de precipitação intensa em algumas localidades da bacia, representado pelo índice de dias muito úmidos acima do percentil 95. Na análise decadal constatou-se uma diminuição considerável das chuvas ao longo da bacia dos períodos analisados. Os cenários climáticos para os anos de 2025 e 2055 da precipitação também indicam diminuição dos totais anuais. Os maiores registos dos impactos dos eventos extremos são as estiagens, enxurradas, secas, inundações e alagamentos, sendo que os eventos de secas estão concentrados na região semiárida e os de chuva próximo ao Litoral da bacia. Com relação ao mapeamento dos índices de risco a desastres e de vulnerabilidade, as regiões sul/sudeste e extremo norte/noroeste apresentam risco a desastres moderado a muito alto em relação aos eventos extremos, bem como vulnerabilidade alta a muito alta nessas regiões e em algumas localidades da área central da bacia, evidenciando que os eventos extremos de precipitação (chuvas intensas e secas) tem relação direta com a vulnerabilidade das populações da bacia, afetando as condições socioeconômicas e ambientais, e consequentemente a qualidade de vida na região.