Caracterização da tuberculose resistente no estado da Paraíba entre 2003 e 2013

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: MEDEIROS, Nilma Maria Pôrto De Farias Cordeiro De
Orientador(a): SILVEIRA, Vera Magalhães da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17759
Resumo: A tuberculose (TB) é a doença mais comum da humanidade. Atualmente, a Organização Mundial de Saúde estimou nove milhões de novos casos e um milhão e meio de mortes decorrentes da doença. A rápida expansão da resistência aos fármacos antituberculose tem prejudicado o controle global da TB, constituindo um grave problema de Saúde Pública. No Brasil, a semelhença de outros países endêmicos, tem-se observado uma variabilidade na prevalência de resistência e no estado da Paraíba (PB) não há dados recentes e concisos. Dessarte, esse estudo objetivou verificar a prevalência de resistência do Mycobacterium tuberculosis aos fármacos do esquema de primeira linha do tratamento da TB utilizados no Brasil e a frequência de fatores de risco - sexo, idade, tratamento prévio e ingesta alcóolica - em pacientes adultos com diagnóstico de TB pulmonar resistente (TBP), atendidos em serviço de referência na PB durante o período de 01 de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2013. Para obtenção dos dados, utilizou-se formulário padronizado, preenchido, retrospectivamente, a partir das informações contidas nos prontuários dos pacientes atendidos no período do estudo. Foram notificados 69 casos, com prevalência de 0,5%. Evidenciou-se 17,4% de mono, 14,5% de poli e 68,1% de multirresistência. A resistência à isoniazida (INH) mostrou-se importante, tanto isolada, quanto em associações; bem como e, principalmente, a TB multirresistente (TBMR). Perante os fatores de risco, o sexo masculino (73,9%), a faixa etária de 40 a 49 anos (46,4%), a realização de tratamento prévio (98,5%) e a ingesta alcóolica (57,4%) foram os de maior ocorrência. Todavia, não expressaram significância estatística no estudo realizado tendo a PB como cenário. O desfecho foi a cura para 44,9% dos casos; no entanto, o abandono ao tratamento foi considerável, principalmente para a TBP monorresistente (33,3%). As características sociodemográficas compreenderam: a cor da pele parda (68,5%), o estado civil casado (50,9%), o nível de instrução até o fundamental (67,3%) e a procedência do interior da PB (78,2%). Quanto à coinfecção com HIV/AIDS, ocorreu em 14,5%; no entanto, nesse grupo a TBMR, também, foi mais frequente. Desta feita, mais estudos são imprescindíveis no intuito de investigar genotipicamente a resistência da TB no estado da PB, visto que alguns estudos genéticos têm reportado mutações em cepas resistentes à rifampicina (RMP), estando associada a maior transmissibilidade e a resistência à INH tem sido associada com mutações de vários genes. Assim, correlacionando com outros estados e países a fim de colaborar com o enfrentamento da doença na busca do controle e cura extensiva a todos. Por outro lado, há necessidade de fortalecimento das ações do programa de controle da TB, tanto em nível estadual, quanto nos municípios.