Gasto de campanha, níveis de pobreza e resultados eleitorais no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: FIGUEIREDO FILHO, Dalson Britto
Orientador(a): ROCHA, Enivaldo Carvalho da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10371
Resumo: Como e em que medida a receita de campanha influencia o resultado das eleições? A relação entre dinheiro e votos se tornou um tema canônico na Ciência Política. O desenho de pesquisa típico tem três principais características: (1) estima uma regressão da proporção de votos recebidos pelo candidato em função dos seus níveis de gasto, controlando por diferentes variáveis; (2) utiliza a forma funcional de mínimos quadrados ordinários e (3) tem como unidade de análise a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Formalmente, o modelo básico para analisar a relação entre gastos e votos é o seguinte: Votosinc =  + β1f(gastoinc) + β2f(gastochal) + β3X +ε. Em que Votosnc representa a proporção de votos recebida pelo candidato incumbent, gastoinc representa o seu gasto total, gastochal representa o gasto total do candidato challenger e X representa variáveis adicionais que possivelmente influenciam os resultados eleitorais, como qualidade do candidato desafiante e características do eleitorado e/ou distritos eleitorais. Essa tese se insere nesse campo de pesquisa e testa a hipótese de que existe uma correlação positiva entre a magnitude do efeito do gasto de campanha e os níveis de pobreza. Ou seja, o impacto do gasto de campanha sobre os resultados eleitorais deve ser maior em distritos eleitorais mais pobres. Em termos metodológicos, o desenho de pesquisa analisa as eleições para deputado federal no Brasil em 2010, utilizando uma abordagem multimétodo. Em particular, combinam-se as técnicas de análise aninhada (nested analysis) com análise documental da legislação e da jurisprudência além de estatística descritiva, análise de componentes principais, análise espacial, regressão de mínimos quadrados ordinários e curve estimation. Os resultados sugerem que: (1) existe uma correlação positiva (0,838) e estatisticamente significativa (p-valor<0,000) entre gastos e votos; (2) a cada 1% a mais de recursos investido na campanha espera-se, em média, um incremento médio de 0,7% votos (t=97,206); (3) o efeito do gasto de campanha sobre os resultados eleitorais depende dos níveis renda e pode ser descrito por uma função quadrática; (4) o efeito marginal do gasto é maior para os candidatos challengers (0,668) do que para os incumbents (0,404).