Investigação de distúrbios metabólicos associados à Hiperuricemia; atividades biológicas de Myrciaria caulifora, Crataeva tapia e Indigofera suffructicosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: ARAÚJO, Tiago Ferreira da Silva
Orientador(a): LIMA, Vera Lúcia de Menezes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16658
Resumo: O presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre hiperuricemia, distúrbios metabólicos e as atividades biológicas de Myrciaria cauliflora, Crataeva tapia e Indigofera suffruticosa. Para tanto, foi realizado inicialmente um estudo populacional, com 3620 voluntários, adultos, homens, não diabéticos, do Nordeste brasileiro. Obesidade abdominal e hipertrigliceridemia foram avaliadas para a identificação do fenótipo denominado Cintura Hipertrigliceridêmica (CHTG) e para a avaliação da influência desses distúrbios metabólicos sobre a hiperuricemia. Posteriormente, estudos com modelo animal (Mus musculus) foram conduzidos. Assim, extratos orgânicos (etéreo, acetônico e metanólico) foram preparados a partir do epicarpo de frutos maduros de M. cauliflora, denominados, sequencialmente, de MCEE, MCAE e MCME, nas concentrações de 200mg/Kg e de 400mg/Kg. Análise fitoquímica e estudo da toxicidade oral desses extratos foram realizadas. MCAE foi administrado durante 14 dias em camundongos com diabetes induzida por aloxana; e avaliação do perfil glicídico, lipídico, de função renal e hepática e análise histológica do pâncreas foram realizadas. Atividade anti-hiperuricêmica de MCAE, em modelo de oxonato de potássio, também foi investigada. MCEE, MCAE e MCME foram usados para a avaliação de: atividade anti-inflamatória, usando os modelos de edema de pata e de peritonite; atividade antinociceptiva, nos modelos de dor induzida por ácido acético e de placa quente; atividade antioxidante, por ensaio com 2,2-difenil-β- picrilhidrazil; e atividade antitumoral, contra tumor sólido de carcinoma de Ehrlich. Lectina de C. tapia foi purificada e testada para avaliação de atividade hipoglicêmica. Extratos etéreo, clorofórmico e acetônico de folhas de I. suffruticosa foram preparados, analisados fitoquimicamente e testados contra cepas de S. aureus. Como principais resultados, este estudo demonstrou que: obesidade abdominal e hipertrigliceridemia, isoladas, mostraram significativas razões de chance (RC) sobre a presença de hiperuricemia, porem o fenótipo CHTG demonstrou o maior efeito (RC = 4,3), especialmente após o uso dos pontos de corte obtidos especificamente para a população do estudo; hiperuricemia apresentou uma forte associação com alto risco de morte por evento cardiovascular em dez anos (RC = 3,5); 200mg/Kg/dia e 400mg/Kg/dia de MCAE causou uma redução significativa da glicose plasmática e redução nos níveis séricos de triglicerídios, uréia, creatinina e transaminases, aumento de HDL-colesterol, melhora do aspecto morfológico das ilhotas pancreáticas e diminuição de cerca de 50% nos níveis de ácido úrico; MCEE, MCAE e MCME apresentaram relevante atividade antioxidante e produziram reduções significativas da resposta inflamatória, de nocicepção e da massa tumoral; lectina de C. tapia provocou redução significativa nos níveis de glicose, melhora das funções e dos aspectos morfológicos dos rins, pâncreas e fígado de camundongos diabéticos; o extrato acetônico de folhas de I. suffruticosa foi um potente inibidor de S. aureus, seguido pelo extrato clorofórmico, melhorando também sinergisticamente o efeito da eritromicina. Portanto, hiperuricemia está bastante relacionada com o fenótipo CHTG em homens do Nordeste do Brasil, podendo elevar em muito o risco cardiovascular desses indivíduos. M. cauliflora demonstrou um grande potencial terapêutico para hiperuricemia e as condições metabólicas associadas e, assim como lectina de C. tapia, demonstrou ser um agente promissor para o tratamento da diabetes; enquanto que I. suffruticosa mostrou-se ser bastante promissora contra S. aureus.