Diversidade de fungos conidiais de folhedo terrestre em área de Mata Atlântica rural e urbana de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: FERREIRA, Janaina Dias
Orientador(a): MALOSSO, Elaine
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/47654
Resumo: Nas florestas, em áreas de mata ciliar, são depositadas grandes quantidades de matéria orgânica, composta principalmente por folhas mortas. A matéria orgânica garante nutrientes para a manutenção desse ecossistema. Entre os organismos capazes de decompor a matéria orgânica estão os fungos conidiais, cuja principal importância para os ecossistemas é promover a ciclagem dos nutrientes a partir da decomposição. O objetivo deste estudo foi comparar a diversidade de fungos conidiais de folhedo terrestre entre duas áreas de floresta úmida, uma na área rural e a outra em uma área urbana de Pernambuco. Para isso, foram observados 864 fragmentos de folhas em decomposição, coletadas em oito expedições, que resultaram em 51 taxons de fungos. Destes, 48 espécies foram observadas na ESEC (Estação Ecológica de Caetés), com 25 espécies exclusivas e 23 espécies em comum com a outra área, a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Trapiche cujo total foi 25 taxons. O número de ocorrências para a ESEC Caetés foi de 454 e para a RPPN Trapiche foi de 275. As espécies com maior número de ocorrências foram: Beltraniella portoricensis, com 70 ocorrências, seguida de Cryptophiale kakombensis (39), Chalara alabamensis e Gyrothrix circinata (37 cada). As curvas de acumulação de espécies nas duas áreas foram consideradas tendendo ao equilíbrio, revelando a cobertura pelo esforço amostral de 96,8% e 96,4% dos taxons estimados para a ESEC Caetés e a RPPN Trapiche, respectivamente. A similaridade entre as coletas e áreas, neste trabalho, foi de aproximadamente 70% e considerada alta. Com relação à constância das espécies, a maioria foi constante nas duas áreas de estudo (72% na RPPN Trapiche e 67% na ESEC Caetés). Os dados de correlação de Pearson entre o conteúdo de ergosterol do folhedo, no período de coleta (chuvoso ou seco), com a ocorrência das espécies mostram que, no período seco o ergosterol apresentou moderada correlação positiva com a ocorrência na ESEC Caetés enquanto na RPPN Trapiche houve forte correlação negativa nesse período. No período chuvoso, na ESEC Caetés houve correlação moderada negativa e na RPPN Trapiche, forte correlação negativa entre essas variáveis. O teor de ergosterol no folhedo, que representa a biomassa de fungos neste substrato, foi maior na área rural da RPPN Trapiche, em relação à área urbana da ESEC Caetés. Na análise de componentes principais (PCA), não foi observada estrutura definida da comunidade de fungos conidiais entre áreas ou pontos de coleta na área, ou ainda entre períodos de amostragem, com a primeira e segunda componentes explicando apenas 17% da variação dos dados. Do ponto de vista climático, as duas áreas de estudo são consideradas similares, no entanto, quando consideradas as comunidades de fungos, a área rural reflorestada é mais impactada e tem menor riqueza e menor ocorrência de fungos conidiais.