Diversidade de fungos conidiais em folhedo de mata ciliar em floresta úmida de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: BARBOSA, Marcela Alves
Orientador(a): MALOSSO, Elaine
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34643
Resumo: As matas ciliares produzem matéria orgânica que garantem nutrientes para a manutenção desse ecossistema, além de oferecer condições essenciais para o desenvolvimento dos fungos. Entre os fungos capazes de decompor a matéria orgânica estão os fungos conidiais, cuja principal importância para os ecossistemas é promover a ciclagem dos nutrientes a partir da decomposição. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo ampliar o conhecimento sobre a diversidade de fungos conidiais em folhedo de regiões de mata ciliar em áreas de Mata Atlântica sob proteção ambiental. Foram realizadas 12 expedições, entre agosto de 2014 e julho de 2016, em duas Unidades de Conservação (UC - REBIO Saltinho e RVS Gurjaú). Em cada UC foram selecionados seis locais para coleta do folhedo. As amostras de folhedo foi levada ao Laboratório de Hifomicetos de Folhedo da UFPE e submetidas à técnica de lavagem delicada em água corrente. O folhedo foi colocado em câmaras úmidas e incubado em temperatura ambiente. O material incubado foi observado em estereomicroscópio e microscópio de luz e examinados durante 30 dias. Outra parte do folhedo foi armazenada em freezer a -20 ºC para extração do ergosterol como estimador da biomassa de fungos. A inspeção diária de fragmentos foliares, ao microscópio, permitiu o registro de 177 táxons de fungos conidiais, sendo registrados 135 táxons na REBIO Saltinho com 1.385 ocorrências e 128 táxons no RVS Gurjaú com 1.276 ocorrências. Na REBIO Saltinho, os táxons predominantes foram Cryptophiale kakombensis, Beltrania rhombica, Beltraniella portoricensis, Helicomyces roseus, Subulispora procurvata e Wiesneriomyces laurinus; no RVS Gurjáu, os táxons predominantes foram C. kakombensis, B. rhombica, B. portoricensis e Perelegamyces parviechinulatus. Foram registradas três novas espécies, além de dois novos registros para a América do Sul. Os dados de constância foram semelhantes para a REBIO Saltinho e o RVS Gurjaú, nas duas áreas prevaleceram os táxons acidentais. A curva de acumulação de espécies produzida pelo estimador de riqueza Bootstrap permitiu a observação de aproximadamente 84% da riqueza estimada na REBIO Saltinho e 85% no RVS Gurjaú. A análise do folhedo ao longo de dois anos de coleta mostrou que não houve diferença de riqueza entre as áreas. A análise de agrupamentos mostrou resultados semelhantes entre as áreas, em que nenhuma estrutura foi encontrada para a comunidade de fungos, seja por pontos (espacial) ou períodos de coleta (sazonal). As duas primeiras componentes principais (PCA) extraídas explicaram 27,8% da variância dos dados. Foi observada uma forte relação positiva do teor de ergosterol contido no folhedo com a ocorrência de táxons na REBIO Saltinho 0,78, e uma relação forte negativa entre o teor de ergosterol com a ocorrência de táxons no RVS Gurjaú -0,76. O ergosterol é considerado um bom estimador para a biomassa dos fungos. Com as análises estatísticas, taxonômica e quantitativa foi possível observar que há uma alta diversidade de fungos conidiais nas áreas estudadas e que as mesmas apresentam uma forte semelhança, isso mostra a importância de estudar outras áreas do mesmo bioma para ampliar o conhecimento em regiões de floresta tropical úmida sob proteção ambiental.