Sintomas gastrointestinais e a relação com o consumo de carboidratos fermentáveis em crianças com transtorno do espectro autista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SILVA, Andressa Laís Ferreira
Orientador(a): BRANDT, Katia Galeão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48512
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi avaliar a frequência de sintomas gastrointestinais em crianças com transtorno do espectro autista (TEA) correlacionando com o consumo de carboidratos fermentáveis. Trata-se de um estudo de séries de caso, com coletas realizadas com pacientes de 4 a 10 anos de idade incompletos com diagnóstico prévio de TEA no primeiro semestre de 2021. Os pacientes são assistidos pelo Núcleo de Assistência Multiprofissional ao Neurodesenvolvimento Infantil (NAMNI), vinculado à Associação de Apoio e Proteção à Maternidade e à Infância (APAMI) Vitória, serviço integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS), localizado no município da Vitória de Santo Antão - PE. Como instrumentos, foram aplicados questionários com dados socioeconômicos e demográficos, variáveis clínicas, antropométricas, escala de Bristol, questionário para diagnóstico de sintomas gastrointestinais e recordatório alimentar de 24 horas para avaliar o consumo alimentar. A coleta de dados acerca dos sintomas gastrointestinais foi realizada a partir de questionário elaborado pela autora com tradução e adaptação do instrumento proposto por Margolis et al. (2019), validado para crianças com TEA. Dentre as 44 crianças do estudo, foi identificada uma frequência de 34 crianças (77,3%, IC95% 62,2 - 88,5) que apresentaram algum sintoma gastrointestinal, com destaque para dor ao evacuar (40,9%, IC95% 26,3 – 56,8), sinais sugestivos de dor abdominal (38,6%, IC95% 24,4 – 54,5) e urgência evacuatória (34,1%, IC95% 20,5 – 49,9). Os achados sugerem também que a flatulência foi um importante sintoma correlacionado ao consumo excessivo de carboidratos fermentáveis (p = 0,001), além da maior frequência de crianças com dor abdominal percebida por sinais sugestivos de dor em comparação ao relato verbal da criança de dor abdominal. Este dado é importante para que os profissionais de saúde possam estar atentos não só para o relato da queixa gastrointestinal, mas também para o comportamento que pode se associar ao sintoma gastrointestinal. Os carboidratos fermentáveis foram ingeridos por todas as crianças, apresentando uma média de 4,3 porções consumidas, com destaque para o grupo de leite e derivados que esteve presente no consumo de todas as crianças. O consumo dos carboidratos fermentáveis não esteve associado à maior frequência de sintomas gastrointestinais e, portanto, sugere-se não haver indicação na restrição de alimentos ricos em carboidratos fermentáveis no manejo dos sintomas gastrointestinais, diante dos achados deste estudo. Destaca-se, portanto, a importância do diagnóstico dos sintomas gastrointestinais para possibilitar um manejo assertivo e individualizado, contribuindo assim para melhor qualidade de vida da criança com TEA.