Processos religiosos e articulação de forças no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) : um estudo sobre o assentamento Pedro e Inácio-Nazaré da Mata/Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: MARTINS, Shirlene Marques
Orientador(a): OLIVEIRA, Edelweiss Falcão de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9915
Resumo: Este estudo tem como objetivo analisar os processos religiosos, que tão de perto tem acompanhado a organização e o crescimento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Escolhemos para a nossa análise, as religiões católica e protestante. A primeira por ter acompanhado o processo de formação do Movimento na década de 70 e a segunda por ter uma presença constante e crescente dentro de assentamentos, provocando mudanças de comportamento entre assentados. A pesquisa de campo foi realizada no Assentamento Pedro e Inácio, localizado na cidade de Nazaré da Mata, Zona da Mata de Pernambuco. As entrevistas foram concedidas por lideranças do MST e por moradores (antigos e ocupantes) do antigo engenho local denominado Camarazal. O resultado do nosso estudo mostra a dualidade dos processos religiosos frente ao processo de exploração vivenciado pelos sem-terra. De um lado, eles apontam para conquistas e fortalecimentos da organização do Movimento e de suas lutas, no sentido de contribuir para o processo de transformação na estrutura de propriedade, a exemplo das ocupações de terras. Há, no entanto, contraditoriamente, outros processos que apontam para o sentido oposto, produzindo a acomodação de assentados; portanto, assumem uma direção política contrária a aquela defendida pelo Movimento em suas práticas históricas. Discutimos a questão religiosa sem contrapor uma religião a outra, pois se assim fizéssemos, estaríamos no campo meramente teológico. Mas tentamos compreender como as questões religiosas têm desdobramentos práticos no cotidiano dos sujeitos sociais e de suas lutas, no contexto organizativo do MST