Aspectos metaficcionais do romance Mulherzinhas (1868) e da adaptação fílmica Adoráveis Mulheres (2019)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: TELES, Giovana Lasalvia
Orientador(a): CARIBÉ, Yuri Jivago Amorim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50252
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi observar como aspectos metaficcionais existentes no romance Mulherzinhas (1868), escrito pela escritora estadunidense Louisa May Alcott (1832-1888), foram adaptados para a obra fílmica Adoráveis Mulheres (2019), dirigida e roteirizada por Greta Gerwig (1983-). No que se refere ao aporte teórico, primeiramente discutimos o conceito de metaficção estudado por Baldick (2001) e por Bernardo (2010b) e analisamos como essas definições foram aplicadas à literatura a partir dos estudos de Hutcheon (1980) e de Waugh (2001). No campo do cinema, abordamos a metaficção através dos trabalhos de Baláz (1983) e de Xavier (2003). Em seguida, a partir da perspectiva dos Estudos de Adaptação com Hutcheon (2011) e Stam (2005; 2006), observamos como o recurso autorreflexivo e autorreferencial da metaficção pode ser percebido em Mulherzinhas (2019) e com que intenção esses mesmos elementos foram adaptados em Adoráveis Mulheres (2019). Também discutimos sobre como a metaficcionalidade presente no audiovisual pode ser utilizado como estratégia para a formação de futuros leitores, através da perspectiva de Necchi (2009). Esta pesquisa também traz uma investigação acerca do romance de formação a partir dos estudos de Lukács (1994) e de Noomé (2004), e sua influência na obra literária de Alcott sob a perspectiva de críticas feministas como Showalter (2020). No processo de análise da adaptação fílmica — que evidencia um discurso de cunho feminista e progressista já existente na obra literária de Alcott — utilizamos a conceituação de feminino trabalhada por Toril Moi (1989) e sua relação com o feminismo, bem como as ideias trazidas por Woolf (2019) sobre mulher e literatura. O corpus de análise e interpretação da pesquisa consiste em trechos selecionados do romance e do filme, apontando onde a metaficcionalidade é encontrada em cada um deles e por que foi possivelmente empregada. Entendemos que a adaptação de romances do século XIX para filmes, como o Adoráveis Mulheres de Gerwig, evidencia a necessidade de se elaborar, adaptar e (re)interpretar narrativas que debatem questões relevantes da sociedade contemporânea, como a misoginia do mercado de trabalho, a opressão feminina e o machismo. Trata-se, então, de um estudo que busca evidenciar a atualidade da obra de Alcott através da adaptação de Gerwig, unindo, a partir do uso do recurso da metaficção, escritora/personagem/diretora, como se todas estivessem no mesmo tempo, local e espaço.