Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
BEZERRA, Jadson Diogo Pereira |
Orientador(a): |
MOTTA, Cristina Maria de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27099
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Resumo: |
Fungos endofíticos vivem associados simbioticamente com plantas de diversos ecossistemas em todo o mundo e são relatados como protetores das plantas contra patógenos e estresses ambientais. No Brasil, o ecossistema Caatinga, representante do bioma floresta tropical seca, compreende uma das florestas mais diversas e de importância ambiental e econômica do país. Entretanto, só recentemente tem recebido a atenção dos pesquisadores para a sua preservação, estimativa da diversidade e benefícios econômico-sociais associados. O presente estudo teve com objetivo estudar a diversidade de fungos endofíticos associados a Pilosocereus gounellei subsp. gounellei, Melocactus zehntneri e Tacinga inamoena em áreas de Caatinga preservada e em áreas com agricultura familiar sustentável no estado de Pernambuco (Brasil). Para isso, foram coletados cladódios de representantes das três espécies de cactos, e após assepsia do material foram utilizados 1.620 fragmentos de tecido vegetal. Para identificação dos fungos endofíticos foi utilizada taxonomia polifásica (morfologia, técnicas moleculares, fisiologia, bioquímica e/ou análise proteômica). No total, 496 fragmentos vegetais foram colonizados (30 %) e 317 fungos endofíticos foram isolados. O cacto T. inamoena e a área da Caatinga com agricultura familiar apresentaram as maiores taxas de colonização (16,91 % e 66 %, respectivamente). Os fungos endofíticos foram identificados como pertencentes a 71 táxons, principalmente do filo Ascomycota (classes Dothideomycetes, Eurotiomycetes, Saccharomycetes e Sordariomycetes), distribuídos em 49 gêneros. Houve diferenças significativas nas comunidades de fungos endofíticos entre os três cactos e entre as duas áreas estudadas. A composição da comunidade de fungos endofíticos diferiu entre os cactos e entre áreas de Caatinga. A maior riqueza de fungos endofíticos foi associdada com T. inamoena (24 táxons na Caatinga preservada e 27 táxons na Caatinga com agricultura familiar). A diversidade de fungos difere entre os cactos e as áreas de Caatinga estudadas, sendo M. zehntneri e a área de Caatinga preservada os que apresentaram a maior estimativa de diversidade. Não foram recuperados os dados estimados para as comunidades de fungos. Entretanto, a riqueza obtida se aproximou da esperada. Os gêneros Alternaria, Penicillium, Candida, Cladosporium, Phoma, Aureobasidium, Exophiala e Toxicocladosporium tiveram representantes mais frequentemente isolados, e Aspergillus lentulus, Chaetomium aureum, Penicillium simplicissimum, Purpureocillium lilacinum e Talaromyces aurantiacus foram espécies indicadoras para o cacto M. zehntneri. Toxicocladosporium foi um táxon indicador para o hospedeiro P. gounellei subsp. gounellei. Os endófitos Alternaria gossypina e Talaromyces aurantiacus foram espécies indicadoras de áreas de Caatinga com agricultura familiar. Alguns endófitos estão sendo descritos como novos táxons. Espécies de cactos da Caatinga possuem uma marcante “micodiversidade endofítica” e devem ser preservadas in situ e ex situ para contribuir com as estimativas da diversidade fúngica global. |