Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
FREITAS, Alexandra Cavalcanti de |
Orientador(a): |
BRANDÃO, Simone Cristina Soares |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Ciencias da Saude
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30576
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Resumo: |
A dislipidemia é o fator de risco mais bem compreendido e estabelecido para a aterosclerose - principal responsável pelas doenças cardiovasculares (DCV), que são a primeira causa de morte no Brasil, com mais de 300 mil óbitos por ano. A glândula tireoide, secretando os hormônios triiodotironina (T3) e tetraiodotironina (T4), influencia o metabolismo dos lipídeos. O tratamento do adenocarcinoma diferenciado da tireoide (ADT) consiste em tireoidectomia total e radioiodoterapia (RIT) complementar. Para a administração do I131, os pacientes precisam suspender a reposição do hormônio tireoidiano até que se encontrem em hipotireoidismo franco. Dislipidemia secundária ao hipotireoidismo ocorre nesses pacientes, entretanto sua frequência e magnitude têm sido pouco relatadas. Objetivo: comparar o perfil lipídico de pacientes com ADT em preparação para RIT em franco hipotireoidismo e após esse procedimento, com a reposição hormonal de levotiroxina (LT4), em eutireoidismo. Materiais e métodos: estudo longitudinal, retrospectivo e observacional. Foram selecionados os prontuários de 147 pacientes tireoidectomizados por ADT encaminhados ao Serviço de Medicina Nuclear (SMN) do Hospital das Clínicas da UFPE para RIT no período de dezembro de 2013 até dezembro de 2016. Nesse serviço eram dosados rotineiramente TSH, T4 livre, colesterol total (CT), LDL-c, HDL-c, VLDL-c e triglicerídeos (TG) séricos em dois momentos: antes da RIT, quando o paciente estava em hipotireoidismo, e cerca de três meses após a restituição do hormônio tireoidiano. O teste t de Student para amostras pareadas foi utilizado para comparar as médias dos níveis séricos de CT, suas frações e de TG dos pacientes em hipotireoidismo e em eutireoidismo. Para avaliar a influência de idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), função renal, comorbidades e medicações em uso na variação do perfil lipídico, foram ajustados modelos de regressão linear. E, para correlacionar a variação do perfil lipídico com a variação dos níveis séricos de TSH e T4 livre, foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: No hipotireoidismo, a média do TSH foi de 82,9 mcUI/mL e no eutireoidismo foi de 0,8 mcUI/mL. Houve aumento significativo do perfil lipídico de todos os valores séricos analisados (CT, suas frações e TG) no hipotireoidismo agudo e melhora após a restituição hormonal de LT4. As maiores variações foram para o CT (aumento de 29,5%), LDL-c (aumento de 38,1%) e TG (aumento de 23%). A menor variação foi do HDL-c (13,9%). Cento e vinte e quatro pacientes (84,9%) apresentaram aumento dos níveis séricos de CT, 126 (90,4%) de LDL-c, 110 (75,9%) de HDL-c e 85 (71,4%) de TG. O aumento dos níveis séricos de CT e LDL-c mostrou relação significativa com a variação da creatinina (piora da função renal). Não houve correlação da variação dos níveis de TSH e T4 livre com a variação do perfil lipídico no hipotireoidismo franco. Conclusão: Nosso estudo constatou aumento do perfil lipídico na maioria dos pacientes submetidos ao hipotireoidismo de curto prazo em preparação para RIT, com maior aumento dos níveis séricos de LDL-c. |