Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Lima, Leonardo Ramos Paes de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8779
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Resumo: |
Realizaram-se 4 ensaios biológicos e 1 in vitro com a finalidade de se avaliar as ações farmacológicas de flavonóides e corantes naturais sobre o metabolismo lipídico. Inicialmente, avaliou-se qual espécie animal, entre coelhos da variedade Nova Zelândia, ratos machos da variedade Wistar e Cobaias (Cavia porcellus), seriam melhores para a indução da hiperlipidemia, através da administração de ácido cólico e colesterol juntamente com a ração específica para cada espécie e água ad libitun. O sangue foi coletado aos 30 e 60 dias após o início do tratamento e analisados os teores de colesterol, colesterol-HDL, triacilgliceróis e glicose no soro desses animais. Após o término dos experimentos, foram coletadas amostras de fígado e arco aórtico dos animais, numa repetição de quatro amostras para cada grupo, escolhidos ao acaso, a fim de proceder à análise histopatológica. Neste ensaio, a indução mais eficiente em provocar a hiperlipidemia foi conseguida nos coelhos, mostrando níveis séricos extremamente altos em um curto intervalo de tempo, o que o faz ser um dos animais mais procurado atualmente para trabalhos com esta finalidade. Em posse dos resultados, montou-se o segundo ensaio biológico, optando-se então por utilizar coelhos da raça Nova Zelândia na determinação da melhor via de administração dos flavonóides e corantes naturais, que são utilizados atualmente no estudo de seus efeitos farmacológicos como agentes hipolipidêmicos. De acordo com o que foi observado e pela praticidade na administração, optou-se por administrar as substâncias a serem testadas, pela via oral, nos outros experimentos. Um terceiro ensaio biológico foi realizado no intuito de se determinar a melhor concentração na qual os flavonóides e corantes atuam como fármacos hipolipidêmicos. Os tratamentos foram constituídos por dois grupos controles, sendo um grupo alimentado só com ração e o outro com ração + colesterol + ácido cólico (RCA), e por outros 16 grupos que receberam as seguintes substâncias: quercetina, rutina, morina e naringenina, nas doses e 5 mg, 10 mg, 15 mg e 30 mg. A administração destas substâncias foi pela via oral, sendo ministradas em cápsulas tendo o talco farmacêutico como veículo. As melhores reduções conseguidas na diminuição do nível do colesterol total em relação ao grupo hiperlipidêmico foram observadas nos tratamentos com quercetina e rutina na dose de 5 mg e naringenina na dose de 10 mg, sendo estas variações de 56,42%, 55,00% e 54,04%, respectivamente, sendo significativo pelo teste de Dunnett. O melhor tratamento encontrado na redução dos níveis triglicêmicos foi o com quercetina a 10 mg, sendo que este tratamento abaixou o nível de triacilglicerol destes animais em 77,51% quando comparado com o grupo hipertriglicêmico. Em relação ao colesterol-HDL, foi considerada mais eficiente a substância que promoveu um maior aumento no nível deste constituinte no soro, que foi conseguido pelo tratamento com a morina nas dosagens de 10 e 15 mg, obtendo-se um aumento de 10,79% e 9,00%, respectivamente, em relação ao grupo hiperlipidêmico. Em um último ensaio biológico, comparou-se os efeitos dos flavonóides baicaleína, morina, naringenina, naringina, quercetina, rutina, crisina, luteolina e apigenina, os corantes naturais do extraídos do urucum norbixina e bixina e o medicamento comercial hipolipidêmico colestiramina na dosagem de 10 mg/Kg de peso corporal, por via oral, em cápsula, utilizando o talco como veículo. Sendo esta forma de mais fácil manejo, menos sacrificante para o animal e com uma maior garantia das concentrações ingeridas. A indução da hiperlipidemia foi através do ácido cólico e colesterol, colocados na ração diária dos animais. Esta forma de indução é mais próxima da real e menos sacrificante para o animal. Todas as substâncias reduziram os teores de colesterol no soro sanguíneo dos coelhos, sendo que as melhores reduções foram observadas nas substâncias naringenina, 54,04%, naringina, 49,26%, quercetina, 49,78%, rutina, 48,89%, crisina, 55,56%, luteolina, 52,58% e apigenina, 49,88. Todos os flavonóides estudados e o corante bixina reduziram os níveis de colesterol a valores inferiores ao do medicamento colestiramina e sua média foi estatisticamente diferente a médias deste medicamento, pelo teste de Tukey. Estes resultados mostram que as substâncias estudadas podem ser mais eficientes no combate a hipercolesterolemias dos que os medicamentos atualmente no mercado, com a vantagem de serem menos tóxicos que estes. Os melhores efeitos observados na redução do triacilglicerol plasmático foram conseguidos pelos flavonóides baicaleína, quercetina e crisina. A baicaleína e a rutina diminuíram os níveis de triacilglicerol a valores inferiores ao do grupo controle alimentado apenas com ração, sendo que os valores conseguidos pela baicaleína (-56,91%) foram estatisticamente diferente deste grupo controle pelo teste de Dunnett. A maior parte dos flavonóides aqui estudados teve um melhor efeito sobre o triacilglicerol do que o medicamento colestiramina. As substâncias que promoveram um maior aumento no nível de colesterol-HDL foram os flavonóides baicaleína, apigenina, morina e luteolina e o medicamento colestiramina. Estas substâncias tiveram um efeito hipercolesterolêmico para esta fração lipídica do colesterol, que foram de 122,21%, 281,63%, 10,79%, 21,14% e 37,26%, respectivamente. De uma maneira geral, pode-se observar que as substâncias estudadas apresentaram uma ação farmacológica bastante acentuada no metabolismo lipídico de coelhos hiperlipidêmicos sem, sobretudo, causar efeitos de toxicidade, aparentemente. No ensaio in vitro, procurou-se caracterizar o efeito das substâncias estudadas sobre a atividade da lipase, variando-se a concentração dos modificadores, sendo que todos eles aumentaram esta atividade. Este trabalho demonstrou os efeitos benéficos de alguns flavonóides e corantes naturais sob o metabolismo lipídico de coelhos, sendo que um dos mecanismos para explicar os níveis reduzidos de triacilgliceróis é o aumento da atividade da lipase por essas substâncias, porém, novas pesquisas devem ser realizadas para que estes compostos possam ser utilizados como medicamento e testados no homem. |