Programa de autocuidado físico apoiado para mulheres com fibromialgia: ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lorena, Suélem Barros de
Orientador(a): Duarte, Angela Luzia Branco Pinto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11751
Resumo: A fibromialgia (FM) é uma síndrome dolorosa que interfere na capacidade funcional e qualidade de vida. O tratamento engloba intervenções nos aspectos físico, farmacológico, cognitivo-comportamental e educacional. Evidências científicas mostram que exercícios físicos minimizam a dor, fadiga e tensão muscular, melhorando os níveis de estresse, ansiedade e depressão em indivíduos com FM. As políticas educacionais para o autocuidado dos sintomas são cada vez mais incentivadas como alternativa e/ou tratamento complementar da FM, devido à cronicidade do quadro clínico. Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a eficácia de um programa de autocuidado físico apoiado para pacientes com FM. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, monocego, de um programa de autocuidado físico apoiado para FM comparado a um grupo controle que foi apenas monitorado por consultas clínicas, sem intervenção física. Foram selecionadas 45 mulheres em ambulatório especializado do Serviço de Reumatologia de um hospital público universitário. As pacientes estavam em tratamento estável no último mês que antecedeu a seleção. Foram excluídas as que realizavam fisioterapia, as que faziam uso de recursos auxiliares da marcha e aquelas que sofrem de doenças reumáticas autoimunes associadas ou co-morbidades relevantes descontroladas. As avaliações transcorreram por meio do questionário de impacto da fibromialgia (FIQ), da escala visual analógica da dor (EVA) e do teste sentar e alcançar (TSA). O número de comprimidos analgésicos ingeridos foi contabilizado durante o estudo por meio de diários de analgésicos. O programa de autocuidado físico apoiado consistiu de sessões com duração de 90 minutos cada e periodicidade semanal, durante 10 semanas, objetivando orientar cuidados posturais e exercícios de alongamento ativo, a serem realizados em domicílio. Os dados foram comparados através do teste t de Student, Mann-Whitney e teste de Wilcoxon, sendo considerado o intervalo de confiança de 95%. O grupo experimental (n = 19) teve melhorias clinicamente importantes nos níveis de flexibilidade (p=0,001), Dor (p=0,004), FIQ pontuação total (p=0,001) e nas questões do FIQ Sentir-se bem (p<0,001), Fadiga (p=0,006) e Rigidez (p=0,037). O escore depressão no grupo controle (n=21) piorou significativamente (p=0,004). O grupo experimental (n=19) consumiu menos comprimidos analgésicos durante o período de estudo (p=0,046). Houve uma perda amostral de 11% e o estudo foi finalizado com 40 participantes. O programa de autocuidado físico melhorou significativamente a dor, fadiga, FIQ e flexibilidade em pacientes com FM e constitui uma importante terapia complementar, principalmente, em um contexto de assistência pública de saúde.