Efeito da mobilização miofascial das cadeias fisiológicas do tronco sobre a dor, qualidade de vida e capacidade funcional de pacientes com fibromialgia comparado com alongamento muscular: ensaio clínico controlado randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SCHULZE, Nina Bretas Bittar
Orientador(a): SIQUEIRA, Gisela Rocha de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34316
Resumo: A mobilização miofascial vem sendo utilizada como intervenção para pacientes com fibromialgia (FM) por atuar sobre as vias nociceptivas ascendentes possivelmente envolvidas no processo da sensibilização central, modulando a experiência da dor. Entretanto, ainda existe uma lacuna da sua eficácia quando comparada com outra abordagem hands on, visto que a terapia manual possui efeitos inespecíficos, como o placebo. Desta forma, este trabalho teve como objetivo verificar o efeito da mobilização miofascial das cadeias fisiológicas do tronco sobre a dor, qualidade de vida e capacidade funcional de pacientes com FM comparado com alongamento muscular passivo e controle. Trata-se de um ensaio clínico controlado randomizado, cego para avaliadores e estatístico, composto por pacientes diagnosticados com FM que obedeceram aos critérios de elegibilidade. Foram realizadas 8 sessões (1x/semana) de mobilização miofascial da cadeia estática posterior e da cadeia de flexão do tronco no Grupo Mobilização (GM), 8 sessões (1x/semana) de alongamento muscular no Grupo Alongamento (GA) e 4 consultas de acompanhamento com reumatologista no Grupo Controle (GC). As avaliações foram realizadas em 4 momentos: baseline, após 4 e 8 semanas e no follow-up (1 mês), com os seguintes instrumentos: escala visual analógica da dor, índice de dor generalizada, questionário de impacto da FM, escala de percepção global de mudança e diário de medicamentos para dor. Para análise estatística foram utilizados os testes de Qui-Quadrado ou Exato de Fisher, ANOVA com Post Hoc de Tukey (distribuição normal) ou Kruskal Wallis com comparação múltipla de Dunn's (não normal) e modelo de regressão linear misto. No total, 38 pacientes com média de idade de 45,92 (± 9,01) foram randomizados, sendo 13 pertencentes ao GM, 13 ao GA, e 12 ao GC. Foi encontrada diferença significativa no escore total do impacto da FM entre o GM e GC, após 4 (Δ = -21,07; IC = -41,65; -0,49; p = 0,044) e 8 semanas (Δ = -33,91; IC = -52,87; -14,97; p < 0,001) e no follow-up (Δ = -20,53; IC = -40,7; -0,36; p = 0,045). Após 8 semanas, também foi encontrada diferença significativa na intensidade da dor entre os grupos GM e GC (Δ = -2,75; IC = -4,97; -0,53; p = 0,012) e entre o GM e GA (Δ = -2,47; IC = -4,75; -0,21; p = 0,030). Diante do exposto, a mobilização miofascial apresentou efeito significativo e clinicamente importante sobre a melhora da dor comparada ao alongamento e ao controle, assim como sobre a melhora da percepção do impacto da FM comparada ao controle.