Herança escravocrata e trabalho doméstico remunerado : rupturas e permanências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: PEREIRA, Virgínia Areias
Orientador(a): CAVALCANTI, Josefa Salete Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19121
Resumo: Nesta dissertação reunimos contribuições sócio-antropológicas para refletir sobre o serviço doméstico remunerado a partir de uma perspectiva histórico-cultural. O conceito de emprego doméstico e as noções de servilismo indecentee de autoridade, defendidas por Sennett, são tomadas como referências para a análise dos dados empíricos. Além da revisão bibliográfica sobre o tema, abordamos o imaginário social -alimentado por longos anos de escravidão -, para pensar sobre as sutilezas ideológicas que dão sentido e “forma” à atividade hoje. O trabalho de campo foi realizado na cidade do Recife no ano de 2011, quando foram ouvidas quinze empregadas domésticas. Os achados empíricos revelaram diferenças de percepções e vivências particularmente assinaladas pelas representações geracionais. Grosso modo, o emprego doméstico adquiriu significações de fatalidade (consequências “naturais” das relações de gênero e de classe) para as mulheres mais velhas enquanto as mais jovens perceberam a ocupação como secundária e transitória. A atividade é fortemente marcada por ambivalências evidenciadas no dia-a-dia, mas as afetividades desenvolvidas não dissolvemas “distâncias sociais” entre os sujeitos da relação. Os depoimentos colhidos revelaram que a regulamentação plena da profissão no Brasil tem efeito positivo na autoestimadas trabalhadoras, por outro lado, vantagens típicas do “mundo informal”, como as trocas de “agrados”, são apontadas pelas profissionais como aspectos positivos relevantes no serviço doméstico remunerado. O sentimento de exploração demasiada e do servilismo indecentefoi manifestado em diferentes níveis por quase todas as entrevistadas, mas sofreu variações de acordo o vínculo contratual: mensalista ou diarista.