Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
LEAL, Cláudia Campello |
Orientador(a): |
CABRAL, Poliana Coelho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Nutricao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29809
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Resumo: |
A obesidade é um fator de risco com impacto direto sobre o desenvolvimento da doença renal crônica (DRC). Estudos sugerem que além da obesidade, a gordura localizada na região abdominal (composta por dois compartimentos distintos de gordura: a subcutânea e a visceral), é um fator importante na disfunção renal, porém esta relação ainda não está bem elucidada. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre o tecido adiposo visceral (TAV) e o subcutâneo (TAS) com a função renal. Para isso, foi desenvolvido um estudo do tipo série de casos, com pacientes atendidos ambulatorialmente, de ambos os sexos, com idades ≥ 20 anos. O TAV, o TAS e o tecido adiposo abdominal total (TAT) foram quantificados por tomografia computadorizada e categorizados em tercis. A função renal foi estimada pela taxa de filtração glomerular (TFGe) de acordo com a fórmula do grupo Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) e dividida em tercis. Outros parâmetros antropométricos foram avaliados: índice de massa corpórea (IMC), circunferência abdominal (CA), razão cintura/quadril (RCQ) e razão cintura/estatura (RCE). Foram avaliados 146 pacientes com média de idade de 52,5 ± 13,2 anos, sendo 71,9% do sexo feminino. A média do IMC em ambos os sexos, encontra-se na faixa de obesidade (homens = 30,4 ± 5,9kg/m² vs mulheres = 31,6 ± 6,1kg/m²), não sendo evidenciado diferencial estatisticamente significante. Também não foram encontradas diferenças entre as variáveis demográficas, a RCE, o TAT e o TAS de homens e mulheres. No entanto, para uma mesma média de idade e IMC, os homens apresentaram maior TAV e maior razão TAV/TAS. Analisando em termos de proporção, 100% dos homens e 98% das mulheres apresentaram TAV ˃130cm2 com 87,8% e 76,2% respectivamente, apresentando razão TAV / TAS ≥ 0,4. A média da TFGe foi similar entre os sexos e encontra-se na faixa de normalidade. A probabilidade dos pacientes apresentarem TFGe no menor tercil é superior a 3 vezes nos indivíduos ≥ 60 anos e nos hipertensos e, quase 2 vezes maior naqueles situados nos maiores tercis da razão TAV/TAS. Nas mulheres, a TFGe apresentou correlação negativa com o TAV, a razão TAV/TAS, a RCQ e a RCE. Nos homens, a TFGe apresentou correlação negativa com o TAV e a razão TAV/TAS. Através de regressão linear simples, evidenciou-se que, no sexo masculino a diminuição da TFGe pode ser explicada em 21,8% pela razão TAV/TAS, 9,3% pelo TAS e 7,9% pelo TAV. No sexo feminino tanto o TAV isolado quanto a razão TAV/TAS foram preditores de diminuição da TFGe (r² = 4,8% e r² = 5,3%, respectivamente). Foi evidenciado valores muito elevados dos parâmetros antropométricos de obesidade abdominal. A média de TAV e da razão TAV/TAS foram compatíveis com obesidade visceral em ambos os sexos e estiveram relacionados ao declínio da TFGe. |