Função renal de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: BEZERRA, Juliana Amaro Borborema
Orientador(a): BRANDT, Carlos Teixeira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Cirurgia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42871
Resumo: A obesidade é uma epidemia global, multifatorial e está associada a doenças crônicas, inclusive doenças renais. A cirurgia bariátrica pode controlar as comorbidades associadas, incluindo a função renal. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da cirurgia bariátrica na função renal e os fatores associados. Estudo tipo coorte, prospectivo e analítico, realizado em um serviço de cirurgia e obesidade, em Campina Grande - Paraíba, Brasil, entre fevereiro de 2019 e agosto de 2020. A investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética. Foram excluídos obesos com doença tireoidiana e microalbuminúria ≥ 30 mg/g. Trinta e cinco pacientes obesos foram avaliados em pré- operatório de cirurgia bariátrica e, após um ano de cirurgia bariátrica,foram reavaliados. Foram coletados dados sociodemográficos e antropométricos, calculado índice de massa corporal (IMC), bem como, através do Nefrocalc 2.0, estimada a função renal pelo ritmo de filtração glomerular (RFG) a partir da equação (Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration) CKD-Epi creatinina-cistatina C. Foi estabelecido o valor de p ≤ 0,05 para rejeição da hipótese de nulidade. As variáveis foram alimentadas em planilhas do Excel, e, em seguida, analisadas no IBM SPSS versão 22. R [44]. Foram criadas variáveis categóricas para os testes de associação, e foram utilizados para as análises estatísticas os testes: t de Student, McNemar, teste exato de Fisher e teste de ANOVA. Predominantemente, observou-se pacientes femininas (71,4%) e brancos (77,1%). A média de idade variou entre 24,0 a 57,0 anos, todos com ensino médio completo e portadores de seguro de saúde. A média de seguimento foi de 16,2 ± 2,6 meses. As comorbidades associadas mais frequentes foram: hipertensão arterial (40%) e diabetes tipo II (31,4%). Com relação ao tipo de cirurgia bariátrica, a maioria dos pacientes (65,7%) foi submetida à técnica de sleeve. Houve melhora expressiva das comorbidades associadas: 63,6% entre os diabéticos e 85,7% entre os hipertensos. As médias dos IMC e circunferência da cintura (CC) foram significativamente menores no pós-operatório (p<0,0001). Não foi observado diferença significativa entre os níveis médios de cistatina C pré e pós cirurgia bariátrica. Houve melhora significativa das médias do ritmo de filtração glomerular no pós-operatório (p=0,009). Em posterior análise de associação entre as variáveis: tipo de cirurgia bariátrica, comportamento do diabetes e comportamento da hipertensão arterial, sob efeito da cirurgia bariátrica, não foi observada associação significativa com o desfecho melhora do RFG, respectivamente (p = 0,312; p = 0,217; p = 0,476). Da mesma forma, não houve diferença estatisticamente significativa entre a variável perda de IMC, sob o efeito da cirurgia bariátrica, em relação ao comportamento da TFG (p = 0,904). Após a análise de associação entre ritmo de filtração glomerular com as varáveis estudadas, não foi observado associação destas sob o efeito da cirurgia bariátrica, com a melhora do ritmo de filtração glomerular. Com isso, foi concluído que a cirurgia bariátrica está associada à melhora da função renal de forma independente.