Política de educação (em tempo) integral: uma análise do discurso de atores participantes do Programa Mais Educação
Ano de defesa: | 2015 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Educacao |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17651 |
Resumo: | O presente trabalho insere-se nos debates nacionais sobre a atual política de educação (em tempo) integral, mais especificamente, o Programa Mais Educação implementado desde 2007 pelo Governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Tendo por objetivo identificar e delimitar as concepções de educação integral e juventude a partir da análise crítica do discurso oficial e dos discursos de seus agentes envolvidos, a presente pesquisa constituiu sua revisão bibliográfica direcionada à composição das categorias teóricas: Política Pública, Juventude e Educação Integral, as quais têm sido trabalhadas por autores vinculados a uma perspectiva histórico-crítica. A metodologia se amparou numa abordagem qualitativa integrada ao método de Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2001), e a coleta de dados envolveu entrevistas semiestruturadas com os agentes executores da educação integral, pertencentes à rede pública de ensino do município do Ipojuca (PE), e jovens nela inseridos. Além das entrevistas, os trabalhos de campo envolveram o levantamento de dados por meio do uso da técnica de Grupo Focal junto a um grupo de seis jovens, bem como o exame de documentos coletados na Secretaria de Educação municipal e no Ministério da Educação. A análise dos dados veio indicando que o Programa Mais Educação faz parte de um conjunto de programas que concebe a política de juventude como políticas sociais setoriais dirigidas a determinadas realidades e “tipos” de jovens considerados em situação de risco e vulnerabilidade social. O discurso que toma a juventude como um conjunto social repleto de perfis e traços juvenis diversificados não se evidenciou como discurso hegemônico presente nos contextos de produção, distribuição e consumo dessa política. As contradições encontradas no discurso sobre a concepção de juventude expressou uma tentativa de equilibrar o jovem na condição de sujeito portador de problemas, sendo vulnerável sócio-biologicamente, com outro discurso que convida os professores a compreenderem este grupo social como agentes de sua própria história, isto é, não podendo mais ser considerado como um grupo etário homogêneo. Do mesmo modo, a concepção de educação integral presente nele carregou contradições quando veio ressignificando o escolanovismo liberal dentro do contexto das políticas neoliberais refletidas nos processos de ampliação das funções da escola, nas parcerias público-privadas, na inclusão de territórios educativos para além do espaço escolar, dentre outros. Os jovens envolvidos expressaram as dificuldades e os benefícios do PME levando-nos a indicar uma reorientação dessa política com fomento de ações na direção de um trabalho pedagógico coletivo com os jovens e não apenas para eles. |