Hérnia interna após derivação gástrica em Y de Roux por videolaparoscopia: diagnóstico preditivo e correção cirúrgica precoce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: SANTOS, Eduardo Pachu Raia dos
Orientador(a): CAMPOS, Josemberg Marins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Cirurgia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/22477
Resumo: Introdução: A derivação gástrica em Y de Roux por laparoscopia (DGYRL) é um dos principais tratamentos da obesidade e comorbidades. Todavia, pode apresentar complicações tais como hérnia interna (HI), cujo diagnóstico precoce é dificultado pela inespecificidade do quadro clínico. Objetivo: Avaliar os fatores clínicos preditivos para o diagnóstico e a correção cirúrgica precoce de HI após DGYRL. Métodos: Trata-se de estudo prospectivo do tipo de coorte transversal, observacional. Foram analisados 38 pacientes submetidos a DGYRL com possível quadro de HI, apresentando dor abdominal pós-prandial e difusa, após 24 meses, em média. Essa amostra foi constituída por 28 (73,7%) homens e 10 mulheres, com média de idade de 37,5 anos, e índice de massa corporal (IMC) médio igual a 39,6kg/m2, antes da DGYRL. Diante do quadro clínico inespecífico de dor abdominal, e após serem afastadas outras causas de dor abdominal através de exames laboratoriais e de imagem, foi indicada laparoscopia exploradora como método diagnóstico e terapêutico para a correção da HI. Resultados: Dos 38 pacientes, 23 cursaram distensão abdominal, 10 com náusea, 12 com vômitos, três tiveram disfagia, três com diarreia e um teve refluxo. Os pacientes apresentaram estes sintomas durante 15 dias em média, com variação entre três e 50 dias. Dezesseste pacientes (45,9%) foram atendidos uma vez, enquanto que os outros 20 (54,1%) foram atendidos duas ou mais vezes. A laparoscopia exploradora foi realizada em todos os pacientes, sendo convertida em três casos devido a importante distensão abdominal, o tempo cirúrgico médio foi 45 minutos, e HI foi confirmada em 22/38 (57,9%) deles. O fechamento do espaço de Petersen foi realizado em todos os pacientes; a correção da HI ocorreu em 20 (52,6%) casos e enterectomia com anastomose em dois (5,3%). Em sete pacientes, a alça herniada apresentou sinais de sofrimento vascular, e em dois a alça apresentava isquemia irreversível, sendo necessária a ressecção da área comprometida. Infecção de ferida operatória foi observada em quatro pacientes. Conclusão: A presença de dor abdominal recorrente, com ou sem distenção abdominal, com ou sem vômitos, é um dos principais fatores preditivos para o diagnóstico de HI após DGYR. Pacientes operados em fase precoce, mesmo com exames de imagem negativos para esta doença, foram beneficiados com procedimentos rápidos e simples sem complicação e sem conversão para cirurgia laparotômica.