De espelhos do real à realidade espelhada: as significações das imagens do espetáculo da morte no jornal Folha de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: José Rodrigues De Paula, Nilson
Orientador(a): Perin Rocha Pitta, Danielle
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1043
Resumo: A dissertação insere-se no campo da investigação antropológica, no que hoje comumente é denominado de antropologia visual ou da visualidade, e tem, como objetivo principal, a análise e a interpretação de um fenômeno cotidiano no Recife, que atrai centenas de pessoas, e que se manifesta no ato de olhar fotografias de mortes violentas, veiculadas pelo jornal Folha de Pernambuco. Fotografias cujos conteúdos geralmente apresentam o morto de forma cruel e sangrenta, dando, à morte, uma espetacularização midiática e suas conseqüentes repercussões no imaginário popular. A dissertação é composta por quatro partes: Na primeira, O Olhar Culturalizado , busca-se apresentar os vários sentidos culturais atribuídos ao olhar e suas pertinências com o objeto de pesquisa e com a antropologia. Também é onde apresentamos o marco teórico de referência, que se fundamenta nas noções da fenomenologia, nas proposições e teorias do filósofo Gaston Bachelard e do antropólogo francês Gilbert Durand.A segunda parte, A Fotografia , trata da fotografia como advento histórico e cultural, suas implicações de realismo, assim como sua interligação com a antropologia. O final da segunda parte é composto por uma análise mais próxima do trabalho de campo, onde as fotografias são percebidas como espelhos do real e, por isso mesmo, espelham uma realidade percebida como totalizada pela violência e medo; muito embora essa percepção resulte de um trabalho que tem como base, as construções do fazer-olhar e do fazer-ver, próprios da mídia. Também é onde se apresenta uma primeira interpretação e análise da relação entre o olhar e as fotografias de mortes violentas. A terceira parte, O olhar da fotografia , é onde fizemos o exercício de análise e interpretação sobre as fotografias veiculadas, buscando levantar os temas redundantes e, em seguida, submetendo-os aos significados contidos nos arquétipos, símbolos e mitos. Por último, na quarta parte, Considerações Finais , realiza-se uma análise onde se tenta contemplar os vários sentidos e manifestações do imaginário e do simbólico, apreendidos durante a pesquisa e reflexões sobre o fenômeno especular, bem como suas repercussões no imaginário e no simbólico. Portanto, é através da antropologia do imaginário que se procede às considerações finais para a compreensão do objeto de pesquisa